Comunicador Phil Valentine passou de negacionista incorrigível a defensor das vacinas para Covid-19| Foto: Reprodução/Facebook
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Phil Valentine apresenta um programa de rádio no Tennessee, um dos Estados Unidos da América. Aos 61 anos, ele também está na internet: escreve um blog, apresenta podcasts e é ativo nas redes sociais. Até o início de julho, Phil combatia as mentiras que “se passam como verdades porque são empurradas pela mídia de esquerda em uma tentativa de influenciar e mudar a cultura da América”.

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Ao menos, é o que se lê na autodescrição de um dos podcasts que Phil apresenta. Suas principais armas, segundo a mesma fonte, são a lógica e o bom senso. A mesma ideia aparece em boa parte do que Phil fala, escreve ou apresenta ao público. O título do seu blog não deixa dúvidas sobre a ideia que quer transmitir: “É Apenas Bom Senso”.

Para Phil Valentine, tanto a imprensa quanto a academia estão dominadas pela agenda da esquerda. No seu blog, é comum ler trechos como: “Não importa o que os supostos especialistas digam, máscaras não funcionam”. O mesmo se aplica à quarentena, outra mentira empurrada por radicais de esquerda.

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As aspas do parágrafo anterior estão num texto que denuncia a implementação de uma tirania nos Estados Unidos. Qual evidência é apresentada? “Os governadores fecham negócios e obrigam o cidadão a se isolar dentro de casa, mas não usam máscara quando vão a bares e restaurantes caros”.

O problema denunciado por Phil Valentine não se restringe à pandemia. Ele denuncia o aquecimento global como mais uma mentira veiculada por quem quer controlar cidadãos livres. Em todos os seus textos, só um conceito de liberdade é aceito: indivíduos podem fazer o que quiserem.

Outra característica marcante dos textos é o desejo de se portar como um moderado. Ao explicar por que preferia não se arriscar tomando vacina, Phil discute probabilidades e se apresenta como um defensor da razão. É o que ele mesmo chama de “lógica e bom senso”:

“Qual o meu risco de morte caso pegue COVID? Provavelmente bem menos do que 1%. Estou fazendo o que todo mundo deveria fazer e esta é minha análise de risco pessoal. Se você tem outros problemas de saúde,  provavelmente deveria tomar vacina. Caso seu risco de morte seja baixo, é mais seguro não tomar vacina. Isto gera horror em muita gente, mas é verdade.”

No dia 28 de junho de 2021, Phil publicou no YouTube uma paródia de “Taxman”, famosa canção dos Beatles. O nome da paródia é “Vaxman” — o que, em português, significa algo como “homem da vacina”. Este sujeito malvado estaria restringindo a liberdade das pessoas.

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Poucos dias depois, em 11 de julho, Phil anunciou que estava com Covid. O tom era de piada e incluía indiretas aos haters. No dia 13, ele apresentou seu programa de rádio normalmente e continuou com as piadas. No dia 14, novas piadas: escreveu “estou fazendo minha parte pela imunidade de rebanho”. Também voltou a sugerir que preferia pegar Covid-19, ao invés de tomar vacina.

As publicações pararam. Phil Valentine foi internado e, pouco depois, seguiu para a UTI. Sobrevive graças a máscaras de oxigênio e tubos enfiados pelo seu corpo. Enquanto vê a morte de perto, mudou radicalmente sua opinião. Hoje, Phil avisa aos seu ouvintes que “será o maior ativista pró-vacina que vocês já viram” caso consiga sair da UTI. Através do seu irmão Mark Valentine, Phil tem enviado mensagens curtas e cristalinas: “Vá se vacinar. Esqueça a política. Esqueça as teorias da conspiração.”

A pedido do apresentador, a rádio onde ele trabalha enviou uma mensagem aos ouvintes avisando que se arrepende por não ter sido veementemente pró-vacina e quer defender a causa assim que o programa voltar ao ar.

O curioso caso de Phil Valentine tem sido destaque da imprensa americana e mundial nos últimos dias. Este colunista brasileiro torce para que ele se recupere logo e viva uma vida plena por muitos anos.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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