Oito funcionários do departamento de registros da clínica Mayo dividem um espaço de 700 metros quadrados no terceiro andar de um prédio comercial, em Rochester, Minnesota (EUA). Lá, é rotina o ar-condicionado estar quebrado. Quando não está, a temperatura é colocada em níveis congelantes. Às vezes, vai de um extremo a outro.
Isso sem contar os sons irritantes que são colocados no alto-falante: telefone tocando insistentemente, teclados do computador ou um homem falando “registros médicos”, como se estivesse atendendo a uma ligação. Para completar, a iluminação muda de cor repentinamente (uma película da janela também costuma escurecer, deixando o espaço sem iluminação natural).
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O ambiente é um caos. Mas os funcionários sabem disso e até gostam. É que eles fazem parte de um experimento conduzido pela clínica Mayo em parceria com a empresa nova-iorquina de tecnologia e design Delos. Eles querem entender como as instalações de um escritório pode interferir na saúde, estresse, qualidade de sono, condição física e desempenho dos empregados; e criar o local de trabalho perfeito (quem sabe alguns dos insights possam ajudar a melhorar o seu escritório).
Em um outro espaço no mesmo prédio, cientistas mudam as condições do escritório, assistem e monitoram tudo o que acontece lá, em uma espécie de Big Brother da ciência chamado Well Living Lab.
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O projeto quer descobrir os efeitos do ambiente de trabalho na vida dos funcionários de forma mais assertiva do que as pesquisas já existentes. O problema, segundo os profissionais, é que os experimentos costumam abraçar apenas um aspecto dos locais e não o todo.
Como a revista Nature exemplifica: “Em junho, uma pesquisa mostrou que trabalhadores melhoram suas habilidades cognitivas em ambientes bem ventilados, mas outros estudos dizem que muito barulho diminui tais habilidades. E se, para melhorar o fluxo de ar, os funcionários precisem abrir a janela para uma rua barulhenta?”.
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“Existem outros escritórios-laboratório por aí que tentam trazer o máximo de componentes, mas achamos que eles não contemplam realmente todas as questões que devem ser observados em um escritório-modelo”, defende à Nature Dana Pillai, diretor executivo do espaço.
Todo o projeto custou US$ 5 milhões e deve começar a dar seus frutos nos próximos meses. De maio para cá, quando começou o estudo, os cientistas têm coletado 9 gigas de dados por semana.
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