Vai parecer pessimista, mas já tem gente bem preparada para o caso de uma grande catástrofe mundial (pense numa guerra nuclear). Há entre o Pólo Norte e a Noruega uma espécie de arca que guarda 1,5 milhão de sementes do mundo todo para replantá-las em caso de necessidade, uma espécie de “arca do fim do mundo” da qual você já tenha ouvido falar: o Global Seed Vault.
Mas, neste mês, esta arca ganhou uma vizinha: um espaço que guarda documentos, livros e dados importantes de vários países para o caso da catástrofe. O Arctic World Archive está instalado em uma mina abandonada, cuja temperatura é sempre negativa e, com isso, facilita a conservação de tais itens. Além disso, por ser subterrânea, a mina é profunda o suficiente para proteger os documentos de danos nucleares, por exemplo.
Ambas as arcas estão na ilha de Svalbard, que é uma zona desmilitarizada e com tratado de não intervenção assinado por 42 países. Esse local, aliás, foi escolhido criteriosamente. O arquipélago, pertencente à Noruega, é tido como o ponto mais distante para onde alguém pode voar. Ou seja, é longe, mas ainda acessível — o objetivo é evitar a interferência humana.
O AWA é mantido de forma offline, afim de evitar invasão hacker, por exemplo. Os documentos armazenados são codificados e impossíveis de serem alterados. “Os dados estão preservados de manir firme, tornando impossível manipular ou excluir suas valiosas informações”, explicou a empresa que coordena o espaço, a Piql, à revista Wired. Há instruções, no entanto, de como fazer sua leitura (os sobreviventes á catástrofe poderão, assim, ter acesso às informações).
Por enquanto, somente três países armazenaram dados no arquivo, incluindo o Brasil. Os outros dois são México e Noruega. Segundo os administradores, os documentos podem ser manter intactos por até mil anos.