No último dia de abril, o indonésio Sodimedjo, também conhecido como Mbah Gotho, morreu em um vilarejo de Java aos, supostamente, 146 anos. Quase um século e meio! Ele dizia ter nascido em dezembro de 1870, o que leva a um cálculo divertido: ele tinha 42 anos quando o Titanic afundou; 69 quando começou a segunda guerra; e provavelmente, aos 83, não deve ter curtido muito o disco de estreia dos Beatles.
O problema é que este número não é oficial por um detalhe: a Indonésia só começou a registrar os nascimentos em 1900, quando Sodimedjo já estava na casa dos 30. Se a idade for verdadeira, ele pode ter sido o humano que mais viveu na história.
Mas será que é possível viver tanto? Para a ciência, é improvável. Dados compilados pela International Database of Longevity (IDL) — um projeto que se dedica a estudar os supercentenários –, mostra que a expectativa de vida vem aumentando, mas a idade máxima a que as pessoas chegam se estabilizou no fim do século passado em uma média de 114,9 anos.
“Nós levantamos evidências de que existe um limite que não se pode ultrapassar. Faz parte do ser humano”, disse o geneticista Jan Vijg, que participou da análise dos dados pela IDL.
Isso, no entanto, não quer dizer que não existam exceções. Um caso é o da francesa Jeanne Calment, a mulher que mais viveu, segundo os registros históricos. Ela faleceu ao 122 anos em 1997. A atual mulher mais idosa do mundo, aliás, a jamaicana Violet Brown, já está nos 117.
São casos pontuais, no entanto, e não ultrapassam tanto o “limite biológico” que parece se estabelecer. Quanto aos 146 anos alegados pelo indonésio, Vijg é cético. “Se alguém te falar que viu um disco voador ontem, mas que ele se foi, você provavelmente será educado, mas não vai acreditar na história. Essa é a minha reação a esse caso”, disse ao jornal The Guardian.
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