Fiquei um bom tempo dentro do bar. Ouvi muita coisa. Muita coisa incrivelmente ruim, e fiquei mais perto de acreditar que o rock está se afastando cada vez mais do mainstream. Pois agora, se não está nas rádios nem na MTV, também não está em boa parte dos Ipods da “galera”.
Se não estou enganado, eram oito as equipes. Só se ouviu rock com uma delas, a Defenestrando, que botou pra rodar Blur e ousou demais com Los Hermanos. De resto, tudo aquilo que é plastificado, e se confunde entre si. Rolou até sertanejo, mas o pior mesmo é ter de escolher um clichê qualquer como Lady Gaga para tentar se sobressair. É recorrência pura, a prova da falta crônica de criatividade e de bom senso estético. Ausência de vontade de mudar, de ter uma postura confrontadora em relação ao que é imposto — um dia os jovens já foram assim.
Entendo que em eventos como esse não é necessariamente o gosto musical que está em jogo, mas o repertório, o leque de possibilidades. A surpresa, enfim, que arrancaria um grito de quem estivesse indeciso sobre qual equipe apoiar.
Considerando que os integrantes dos times têm praticamente a mesma idade – são jovens de vinte e poucos anos –, chego à conclusão cataclísmica de que apenas 1/8 dessa turma tem jeito. No fim das contas, uma equipe chamada Glitter venceu a pendenga, não sei com que música. O rock, ao menos por aqui, está 7/8 morto.
Bumbum
Sobre a Gretchen no Wonka – realmente foram muitas as aventuras ultimamente! – escrevi esse texto aqui descrevendo essa noite incomum. Alguns me retornaram, dizendo que estava quente mesmo, que não conseguiram ver a “diva” de perto. Via facebook, alguém perguntou quem seria o próximo a fazer a transição do “brega/pária artístico para o descolado e alternativo”. Torço para que seja o Odair José – já pensou cantar “Cade Você” a toda voz em uma James Sessions? — mas sinceramente acho que o caso Gretchen é isolado e não se constitui em um hype só porque ela rebolou em um espaço normalmente alternativo da cidade. Se “Conga, Conga, Conga” fosse ouvida na Woods, por exemplo, o bafafá seria o mesmo.