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De Camelo a Fleet Foxes: os melhores de 2011
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[Maria Augusta, Antônio, Vera e José]

Listas são a semente da discórdia. O melhor motivo para se criar um embate sem vencedor, porque os critérios para que um disco venha antes do outro é puramente subjetivo. “Gostei mais desse do que daquele. Tá bom? Tá”.

Para entrar na onda das 1001 listas que você ainda vai ler antes de morrer, o Pista 1 também fez a sua. São cinco discos nacionais e cinco gringos. Os 10 álbuns que mais rodaram por aqui, enfim. O que você tem a fazer agora é discordar. Pois olha aí:

Nacionais

5. Criolo – Nó na Orelha
A canção em forma de rap, a força atual da música brasileira. O mais novo brother de Chico Buarque, o maior vencedor do VMB de 2011, é dono de um disco que suscitou discussões sobre as barreiras dos gêneros musicais brasileiros, e principalmente suas intersecções. Pois só Criolo é capaz de rimar “Frida Kahlo” com “benzedeira do bairro”. Seria o rap a nova MPB?

4. Rômulo Fróes – Um Labirinto em Cada Pé
O samba experimental de Romulo Fróes parece cria de laboratório. Com um cavaquinho minimalista e uma banda fora de série (Rodrigo Campos, Thiago França e Gulherme Held, entre outros), o paulista nos convida a entrar em seu labirinto particular. Letras quase concretistas adornam tudo isso. (Leia mais sobre o disco aqui


3. Marcelo Camelo – Toque Dela
Camelo finalmente se encontrou. Toque Dela é delicado, sutil, um disco fino. Mais coerente do que Sou, revela arranjos cuidadosamente elaborados que brinca até com marchinhas de carnaval. Isso fica mais fácil com a ajuda da Hurtmold, banda que o acompanha. Camelo também se aprimora como letrista, e é capaz de escrever coisas como “Vai sobrar carinho se faltar estrada ou carnaval”.
(Leia entrevista com Marcelo Camelo e resenha do disco aqui))

2. ruído/mm – Introdução à Cortina do Sótão
Um disco grandioso. Introdução à Cortina do Sótão, da banda prata da casa, é pós-rock em sua melhor forma. Não deve nada – nada – a consagrados grupos do gênero. Ver seus shows é olhar para dentro sem fechar os olhos. Valorizar o piano no novo trabalho foi a grande sacada. Há barulho, muito, que ora encontra o silêncio, ora a melodia. Com o ruído/mm, a viagem da vida só melhora.

1. Wado – Samba 808
O melhor disco nacional do ano é uma compilação entre um compositor em sua melhor forma e parcerias acertadíssimas. Wado uniu o samba à truquezinhos eletrônicos. Criou melodias sensacionais e deu a elas poesia. É a canção, enfim, desnuda e assoviável. “Com a Ponta dos Dedos” merecer ser assoviada por aí. (Leia mais sobre o disco aqui)

Internacionais

5. Foo Fighters – Wasting Light
Fazia tempo que um disco não tinha tanto vigor. Wasting Light é uma mistura certeira entre rock e pop. Tem energia, é um álbum o para se ouvir no talo. Dave Grohl às vezes tem mais sorte do que juízo, mas aqui ele acertou a mão. Do começo ao fim, o álbum se segura. Lá no alto, literalmente.

4. Metronomy – The English Riviera
The English Riviera é um lounge rock ensolarado. Brincando com sintetizadores e deliciosas ambientações eletrônicas, os britânicos criaram um álbum sofisticado, para se ouvir tanto à beira da praia quanto em um carro a 100km/h com todas as janelas abertas. Tem até passarinho e barulho de mar.


3. The Decemberists – The King is Dead
Pastoral e rústico são alguns dos adjetivos usados para definir o sexto álbum de estúdio do The Decemberists. Tem country e folk também – mandolim e guitarra steel a dar com pau — e rock no meio disso tudo. De quebra, a voz de Colin Meloy nunca esteve tão parecida com a de Michael Stipe. The King is Dead é um disco livre de amarras, que bebe diretamente da história musical dos Estados Unidos.

2. Fleet Foxes – Helplessnes Blues
A lenda do segundo álbum não assustou o Fleet Foxes. Depois de um disco histórico, Helplessnes Blues dá notas de experimentalismo ao pop barroco (será que é isso?) tão cativante da banda. As harmonias continuam fantásticas, as melodias, idem. Uma aula de arranjo e de bom gosto. Com coisas estranhas – e bem-vindas — no meio.

1. Mogwai – Hardcore Will Never Die But You Will
Certo dia alguém disse que não havia como não gostar, ou ao menos simpatizar, com os escoceses do Mogwai. “Pô, eles curtem cerveja, futebol e fazem música boa”. Muito justo. Porque agora o Mogwai abusa. Os Beatles do pós-rock fatiam suas músicas ainda mais. Há genialidade em cada segundo, em cada guitarra suja que não passa despercebida, em cada nota metálica que ressoa e sugere sentimentos, em cada virada inspirada de uma bateria incrivelmente recortada. De lambuja, um dos melhores nomes de disco de toda a história. (Leia mais sobre o disco aqui)

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