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O símbolo da Virada (até agora)
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Depois de desistir de Arnaldo Antunes – era bacana ver o show, por causa dos telões, mas era impossível ouvir, já que estava tudo muito baixo – segui para o show da Banda Gentileza. Vi muitas apresentações do grupo, umas melhores que outras. Mas, se há um show simbólico até agora na 3ª Virada Cultural de Curitiba e, porque não, na história da banda, é esse.

O palco das Ruínas estava mais alto, imponente. Primeiro ponto a favor da Gentileza, que soube se aproveitar disso. Nas escadarias, uma multidão cantando quase todas as músicas. (Havia pessoas com rosas, não sei muito bem o que rolou.)

Perto do palco, uma tablado servia como área VIP. E lá estavam os fãs mais animados. Fãs como Jonathan — perdão se a grafia estiver errada.

Diogo Fernandes
Banda Gentileza durante show na Virada: em casa e à vontade.

Jonathan vestia uma camisa preta e calças jeans. Embriagado e destemido, subiu ao palco, a convite da banda, para cantar uma música que ele mesmo adivinhou. “É uma romântica”, disse Heitor Humberto, o vocalista. “É ‘Piá de Prédio!’”, sugeriu Jonathan, certeiro.

Neste momento conversava com um amigo sobre uma função secundária da Virada Cultural. Secundária e talvez específica demais: proporcionar o estreitamento da relação entre artistas locais e artistas de fora, os figurões. O show da Banda Gentileza meio que deu um balde de água fria em tudo isso. A Banda Gentileza nunca esteve tão em casa, tão solta. Foi como jogar em casa sem torcida contra. Como se um sujeito, exemplo do que é a Banda Gentileza para Curitiba, fizesse as honras e representasse toda aquela gente.

Por isso, o fator Jonathan foi simbólico: um fã declarado do grupo – soube depois que ele realmente venera a banda – esteve em contato com seus ídolos. Em um lugar público, e sem pagar nada, Jonathan cantou junto e desafinou. E todos aplaudiram, como devia de ser.

Marcos Borges/ Gazeta do Povo
Arnaldo Antunes cantou. Mas nem o Barão do Rio Branco ouviu.

Drops:
Outras notas da Virada, até a madrugada de domingo:

–O palco da Boca Maldita foi um acerto tremendo. Mas imagino a Rua XV lotada, da Boca Maldita até a UFPR. Isso depende de uma atração certeira (que não veio para a edição deste ano) e do poder de organização do evento.

— Ambulantes reclamam: “não nos deixam vender e, se nos pegam, recolhem nossas coisas.” Barracas oficiais, talvez?

— Virada Independente: Pô, que legal de ver a Audac tocando na rua. Um belo show, inclusive, deixando de lado os problemas técnicos. Na frente do Wonka, um DJ colocava o pessoal pra dançar. Ali mesmo, na calçada. O ônibus da linha Jardim Kosmos penou para passar.

— Um novo poeta pop: o colega Luiz Cláudio Oliveira foi muito feliz em perceber o rebento de um “novo poeta pop” em Curitiba. Luiz Felipe Leprevost canta e declama sua cidade. Sabendo de todos os riscos disso.

— Bicicletários: ainda, e simplesmente, não há.

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