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Agradeço aos tempos de livre e intensa liberdade de expressão e dou meus pitacos sobre o réveillon fora de época. Começo pelo começo. Ano passado o evento-surpresa deixou marcas diferentes em quem esteve envolvido. Quem foi e curtiu, quer repetir a dose, seja tomando um Fontana ou um Terra Nova — é bom estar na praça com amigos, afinal de contas. Quem trabalha ou mora na região, por sua vez, quer ter garantia de segurança e ver a Praça da Espanha limpa na manhã seguinte. Muitíssimo justo.

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Exatamente por isso, penso que a discussão é mais profunda. A questão não é se é um evento é para esse ou para aquele público. É no Batel Soho – a expressão me dá gastura –, é. Mas veja bem. Mais de 10 mil pessoas confirmaram presença via facebook. Haverá gente tanto do Rebouças quanto do Novo Mundo e Pilarzinho. O que quero dizer é que não considero o evento sectarista, tampouco uma ferramenta de crítica social para debochar de quem está na labuta desde o dia 2 de janeiro, como eu e você.

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Acho que tudo já virou uma grande piada, inclusive a logomarca, escrita em inglês. Por trás da piada, entretanto, há um motivo maior: sair às ruas, simplesmente. Para, sei lá, tocar um violão, falar sobre Brasil x Bósnia. Poderia ser na Praça Ouvidor Pardinho, por que não? Creio que ainda estamos aprendendo a ocupar a cidade mesmo que não exista uma âncora motivacional – um show, por exemplo.
O réveillon fora de época deixou de ser brincadeira que deu certo e passou a status de evento público.

Isto posto, vamos a outra parte da questão, a mais importante delas. O evento vai acontecer, isso é fato, e todos sabem. Até a Polícia, o Corpo de Bombeiros e a Vigilância Sanitária. Pois bem. Como todos já também já sabem, não haverá um pedido para que haja policiamento, nem para que sejam instalados banheiros químicos. A forma de conduta dos organizadores não é exemplar, muito menos protocolar. Mas, sabemos todos, ninguém pode impedir ninguém de ir se debruçar na grama em uma praça.

A situação, agora, é a seguinte: ou as autoridades tomam a iniciativa mais interessante, a de providenciar algum esquema de segurança para que a festa aconteça em perfeitas condições, ou vai ser muito fácil dizer, caso aconteça algo de errado, “não fomos informados.”

É um momento crucial para Curitiba que pode, agora, entrar no mesmo ritmo de seus cidadãos. A ver.

*Também no ano passado fiz uma matéria sobre esses eventos que parecem estar na moda em Curitiba. Falei com quem organizou o réveilon, com quem foi e gostou e com quem foi e não gostou. Você pode ler aqui.

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