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Há algumas semanas, uma festa em uma casa do Bom Retiro fez com que integrantes das bandas Audac, Nevilton e Dunas dividissem a mesma piscina. Estamos em Curitiba, choveu um pouco. Mas nada que incomodasse aquele encontro, “incrível” para os olhos da anfitriã Samira Winter, a menina com sobrenome de inverno que é puro verão.

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Filha de pai americano e mãe brasileira, Samira morou em Curitiba até os 18. Acompanhou de perto o início da carreira da Sabonetes (hoje Esperanza), “morria de alegria vendo a Poléxia tocar”, e ficou “alucinada” com as letras de Pressuposto, primeiro EP da banda Nevilton. Enfim, a música era o elo. Samira mudou-se em definitivo para Boston, cursar Jornalismo. E agora está volta à cidade cinza. Por aqui, faz dois shows com sua banda, a Winter, dias 18 e 31, ambos no 92 Graus, na companhia de Bela Infanta (SC), Clube Las Vegas e Audac – veja serviço completo abaixo.

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“Tive algumas bandinhas aqui, mas nada muito sério. Quando fui pra Boston, tinha mais confiança, talvez por ninguém me conhecer lá, e formei um grupo chamado Primacy Effect.”

Não durou muito. Mas foi o estopim para que Samira gravasse o EP Daydreaming, ano passado, com um camarada chamado Nolan Eley. “Com a resposta positiva que tivemos, formamos outra banda.” E aí sim. Samira mudou-se para Los Angeles, onde vive, e foi seguido por Joe Holcomb (baixo), Sam Glassberg (guitarra) e Jake Rokke (bateria), a formação oficial da Winter.

O som esbarra no que fazem bandas como Real Estate, Beach House e Beach Fossils – donos, aliás, de um dos melhores shows de 2013 em Curitiba, justamente no 92. “Antes de gravar o EP, não tinha dúvida de que o som seria numa vibe ‘sonhadora e shoegaze’. Gosto de gravar minha voz com reverb e usar efeitos espaciais na guitarra.” No clipe de Daydreaming, aqui embaixo, você vai perceber uma estética ao mesmo tempo retrô e colorida, despretensiosa e ensolarada. Há um clima quase infantil, de contemplação.

Curitiba x EUA

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A experiência internacional de Samira Winter lhe dá precedentes para fazer um paralelo com a cena curitibana – que ela conhece como a palma da mão, mesmo estando longe. “A principal diferença é em relação à valorização da música autoral. Curitiba tem muito talento, mas faltam lugares que recebam bandas autorais e público que não queira só escutar cover.” Ok, não é a invenção da roda, mas é sempre bom lembrar dessa condição, principalmente quando quem fala é uma musicista que construiu sua vida profissional nos Estados Unidos.

“Outra diferença é a competição. Lá é muito mais competitivo. Não no sentido de rivalidade, mas de quantidade. Há muitas bandas. Não são todas boas, então algumas se sobressaem. O resultado disso é uma cena musical rica.”

A Winter está no catálogo da gravadora Lolipop. O EP Daydreaming foi lançado virtualmente e em fita K7 – prova de que o pessoal do coletivo Terry Crew não está tão pinéu assim.

Para os shows em Curitiba, Samira Winter (voz e guitarra) se apresenta com Ana Karina da Costa (bateria), Francisco Bley, da banda Dunas (guitarra), e Gabriel França (baixo). Promessa interessante para o incansável 92 Graus. A turnê continua com shows em SP (dias 23, 24 e 25) e Rio de Janeiro (26 e 28).

Ah, Samira também pede para avisar: está gravando um EP solo com Rodrigo Lemos (Poléxia, Lemoskine, Banda Mais Bonita da Cidade). E nessa, o Sr. Winter saiu perdendo: serão três faixas em português, e uma só em inglês.

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Então é assim:

Dia 18

Colateral Festival – Winter, Bela Infanta (SC) e Clube Las Vegas (SC)

92 Graus (Av. Manoel Ribas, 108) (41) 3039-3645

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R$ 20. A partir das 22h.

 

Dia 31

Winter e Audac

92 Graus (Av. Manoel Ribas, 108) (41) 3039-3645

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R$ 30. A partir faz 22h.