Peguei Yamandu Costa de supetão, chegando ao aeroporto no Rio de Janeiro. “Só um pouco, tô entrando na área de embarque.” (…) “Pronto, podemos falar.”
Um dos gênios do violão de sete cordas estava a caminho de Curitiba. Ele se junta ao Jazz Cigano Quinteto em dois shows neste final de semana (19 e 20) no Teatro Paiol — os ingressos estão esgotado. “Tô feliz pra caramba”, diz o músico.
O violonista gaúcho conheceu o grupo curitibano há um ano, quando veio lançar seu disco solo por aqui. “Fiquei encantado. Sempre fui apaixonado por esse estilo manouche”, conta o Yamandu.
O músico trocou figurinhas com Vinicius Araújo, um dos violonistas do Jazz Cigano. “Toquei no violão dele, marcamos um jantar e conversamos sobre a possibilidade de um show juntos.” Aconteceu.
Saiba mais sobre o Jazz Cigano Quinteto aqui
Improviso e diversão
O Jazz Cigano Quinteto foi formado nos corredores da FAP – Faculdade de Artes do Paraná há alguns anos. Ao resgatar o estilo jazz manouche, difundido na França na década de 1930 pelo surreal Django Reinhardt (1910-1953), aos poucos o JC5 formou um público fiel em Curitiba.
Hoje, o JC5 é Vinícius Araújo, Lucas Miranda, Fred Pedrosa, John Théo e Mateus Azevedo. E a proposta continua sendo a mesma: recriar jazz ciganos, choros e até Beatles utilizando a linguagem musical manouche, recheada de improviso. Agora com uma pitada de música brasileira.
“A escola da música brasileira é essa. Músicos brasileiros sempre gostaram desse estilo. Baden Powell, por exemplo, era muito fã do Django. O estilo, assim como outros, tem um propósito: divertir”, conta Yamandu. “E esse foi o ponto de encontro entre nós.”
Nos dois shows, Yamandu tocará alguns temas de Django (“Nuages” e “Belleville” entre eles) e alguns choros em ritmo cigano. Música brasileira de primeira com um jazz que aos poucos está sendo redescoberto. É uma bela pedida.
Serviço:
Jazz Cigano Quinteto e Yamandu Costa. Teatro do Paiol (Lgo. Guido Viaro, s/n.º), (41) 3213-1340. Dias 19 e 20 às 21h. R$20 e R$10 (meia-entrada).