Na quinta-feira, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, fez uma visita de 15 minutos ao santuário Yasukuni, local construído em memória de 2,5 milhões de japoneses que morreram em inúmeros conflitos da história japonesa, notadamente na Segunda Guerra Mundial. O problema é que, entre os 2,5 milhões, estão também criminosos de guerra, condenados por barbaridades cometidas durante colonização japonesa na primeira metade do século 20. Fazia sete anos que um premiê não visitava o lugar. “Abe tem sido analisado particularmente por causa de sua conhecida postura conservadora em relação à história japonesa”, afirmou o jornal The New York Times. “E por causa do que os seus apoiadores descrevem como um desejo pessoal de revisar a noção extremamente negativa que se tem das ações do Japão durante a guerra.”
2,5 milhões de japoneses mortos em conflitos ao longo da história do Japão, sobretudo na Segunda Guerra Mundial, são homenageados pelo santuário Yasukuni, em Tóquio. O local gera controvérsias com China e Coreia do Sul porque, nele, são lembrados também soldados condenados por crimes de guerra.
Repercussão
No mesmo dia da visita de Abe ao santuário, a China e a Coreia do Sul reagiram com críticas e protestos. O episódio causou mal-estar diplomático, que o premiê japonês tentou dissipar já na saída do templo Yasukuni, falando a jornalistas. De acordo com o Washington Post, a resposta dos países asiáticos ao Japão foi “furiosa”. Mas o Post destacou a fala de Abe em que ele diz que foi ao templo para refletir sobre o quanto a paz é “preciosa”. Seu objetivo não era criar tensão com a Coreia do Sul e a China.
Defesa
O premiê Shinzo Abe é conhecido por defender uma postura conservadora no que diz respeito à história japonesa. Para Abe, o papel do Japão na Segunda Guerra Mundial – normalmente muito criticado – deve ser revisto. Um dos relatos que ele questiona se refere à conduta dos militares em tempo de guerra e diz que os soldados abusaram sexualmente de mulheres por toda Ásia.