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À espera da onda

A professora Fabiana Pottker, da UTFPR de Curitiba, está no Havaí. Ela escreveu sobre a apreensão com a possibilidade da chegada do tsunami provocado pelo terremoto do Japão ao estado americano:

“O medo do tsunami foi uma experiencia bem desagradável. Ano passado minha irmã, que mora aqui, passou por isso, e achei que havia sido emocionante para eles… mas não é nada disso, é uma preocupação absurda, uma ansiedade sem tamanho.

Fiquei sabendo do tsunami quando já tínhamos o alerta para o Havaí, o que significa que as áreas costeiras de todas as ilhas teriam de ser evacuadas. Minha irmã mora um pouco depois dessa área limite, e o corpo de bombeiros passou com o caminhão aconselhando as pessoas dessa área a sair de casa.

Então você fica bem perdido, pensando o que levar, porque o que fica pode sumir… é engraçado, todo mundo foi tomar banho porque não se sabe se volta, ou quando volta.

Então é preciso empacotar comida e água,
lanternas, coisas básicas de cozinha, umas mudas de roupa e documentos, carregar o celular, GPS, notebook, cada um fazendo sua mochila. Nisso, já era meia-noite.

A previsão era de que o tsunami chegasse às 2 horas, depois mudou para 3 horas e por fim para 3h21! Então ficamos vendo as imagens do Japão e especialistas que falavam sobre como as ondas poderiam chegar aqui. Fizeram as primeiras leituras das boias que ficam no mar. Primeiro eles estavam prevendo que chegariam ondas de 10 metros, depois passou para 6 metros, daí
por fim para 1 metro…

Decidimos não sair de casa porque a onda bateria primeiro na ilha de Kauai, então teríamos 20 minutos para sair de casa antes que ela chegasse aqui… a espera era insuportável! Eles tiveram que evacuar os
turistas de Waikiki, e ninguém poderia abaixo do quinto andar dos prédios.

Havia uma câmera noturna filmando um trecho da praia em Waikiki e todas emissoras ficaram focadas naquele ponto. Quando finalmente deu 3h21 e nada aconteceu, a apresentadora da televisão disse “É, pelo jeito tsunamis também se atrasam”. Foi vom para rir um pouco… logo depois deu pra ver o mar ficar super agitado, e minutos depois bem calmo. Era a primeira onda. Depois isso ficou se repetindo. Fui dormir umas 4 horas. Aqui onde estamos, em Haleiwa, a cidade foi liberada às 8h30. Às 9h30 fomos na marina de Haleiwa. Parte do pier quebrou e o nível do mar ainda estava subindo e descendo muito rápido, em questão de minutos, impressionante. A água chegou bem perto da rua (o porto fica abaixo desse nível). Podíamos ver, ao longe, solto no mar, o resto do pier com os barcos…”

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