Há mais de uma semana, os ucranianos estão nas ruas para dizer que não aceitam a decisão de seu governo de rejeitar um acordo com a União Europeia em prol de uma maior aproximação com a Rússia. Em seu editorial, o jornal britânico The Guardian alerta que essa pode ser uma decisão perigosa. Para o periódico, o país tem potencial para se tornar um dos pilares da União Europeia, enquanto os laços com os russos não têm muito a acrescentar. “Os manifestantes não estão repudiando apenas um homem ou um sistema, mas, mais precisamente, a falta de um”, opina o periódico.
Guerra fria pós-moderna
Para Lluís Bassets, colunista do El País, a polêmica que envolve o ingresso da Ucrânia na União Europeia remete a uma “guerra fria em versão pós-moderna”. Isso faz com que venha do ex-território da União Soviética aquela que é “uma má notícia que abriga uma esperança”. Má notícia porque o governo russo, “respirando pela ferida de 1991” (a queda do império comunista) tenta, de todas as formas bloquear o acordo entre Ucrânia e UE. “Os cidadãos da Ucrânia acreditam que lutam pelo seu futuro, porém, seu futuro também inclui o dos europeus. Eles são a esperança”, avalia Bassets.