O Festival de Berlim deu início ontem (07.02) à sua maratona cinematográfica que vai até o dia 17.
Considerado um dos eventos mais importantes do mundo, a Berlinale apresentará mais de 300 títulos, além de debates, seminários, retrospectivas e homenagens.
“The Kindness of Strangers”, de Lone Scherfig, fez sua estreia mundial abrindo esta 69ª edição, em sessão de gala no suntuoso Palácio dos Festivais.
O filme – que também está na disputa pelo Urso de Ouro – é um drama contemporâneo que segue um conjunto de personagens diferentes lutando para sobreviver em um inverno de Nova York e que encontram amor e bondade uns nos outros.
Ao fazer o anúncio, Dieter Kosslick, diretor do festival, manifestou sua satisfação em ter Scherfig na abertura.
“É adorável que Lone Scherfig esteja de volta e que seu trabalho mais recente abra a Berlinale 2019. Seu sentimento por personagens, emoções fortes e humor sutil promete um começo maravilhoso para o festival”, ressaltou Kosslick, que neste ano encerrará seu ciclo como diretor do festival.
Após 18 anos à frente da Berlinale, em 2020 Kosslick será substituído por Carlo Chatrian e Mariette Rissenbeek, que passarão a dirigir o evento.
Brasil tem significativa participação
O Brasil marca presença em várias mostras.
Na mostra oficial, fora de competição, fará a première mundial de “Marighella”, estreia na direção de Wagner Moura e com Seu Jorge no papel do famoso guerrilheiro.
Na Panorama estará presente com três filmes: “Estou me Guardando para quando o Carnaval Chegar”, de Marcelo Gomes, documentário sobre os trabalhadores da indústria têxtil de Toritama (CE), conhecida como a capital do jeans; “Greta”, de Armando Praça, sobre um enfermeiro gay na terceira idade (Marco Nanini), que leva um de seus pacientes para casa; e “Divino Amor”, do premiado diretor pernambucano Gabriel Mascaro. Estrelado por Dira Paes, o filme conta a história de uma mulher religiosa que usa sua posição de escrivã de cartório para tentar salvar casais que chegam ali para se divorciar.
Na mesma Mostra, emplaca dois títulos como coprodutor com outros países: “La Arrancada”, documentário dirigido pelo amazonense Aldemar Matias – com França e Cuba; e “Breve Historia del Planeta Verde”, do argentino Santiago Loza – com Argentina, Espanha e Alemanha.
Na Fórum, mostra conhecida por selecionar filmes que quebram convenções, participará com três títulos: “Querência”, de Helvécio Marins Jr – coprodução com Alemanha – sobre a vida do vaqueiro Marcelo que sofre um assalto e perde todo o seu rebanho; e com os documentários “Chão”, de Camila Freitas e “A Rosa Azul de Novalis”, de Gustavo Vinagre e Rodrigo Carneiro.
A delegação brasileira também integra a Geração com “Espero tua (re) volta”, de Eliza Capai, documentário sobre ocupação de prédios públicos por estudantes em São Paulo em 2015. E concorre ao Urso de Ouro de Curtas-Metragens com “Rise”, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca, uma produção Brasil / Canadá, sobre artistas no submundo de Toronto.
Mostra oficial
A seção mais importante do festival, cujo júri é presidido pela atriz francesa Juliette Binoche, exibirá um total de 23 filmes, 17 em competição.
A delegação europeia lidera o número de títulos, entre outros com: The Golden Glove, de Fatih Akin – Alemanha / França; Grâce à Dieu, de François Ozon – França; Elisa y Marcela, de Isabel Coixet – Espanha; Mr. Jones, de Agnieszka Holland – Polônia / UK / Ucrânia; e Out Stealing Horses, de Hans Petter Moland – Noruega / Suécia / Dinamarca
Outros destaques incluem: o documentário “Varda par Agnès”, da veterana diretora belga Agnès Varda – França – fora de competição; “Ghost Town Anthology”, de Denis Côté – Canadá; e Vice, de Adam McKay – EUA – fora de competição e que concorre a sete prêmios do Oscar.
Na Berlinale Special são aguardados com expectativa o documentário Watergate, de Charles Ferguson – EUA; e The Boy Who Harnessed the Wind, de Chiwetel Ejiofor – UK
Panorama
A paralela mais prestigiada da Berlinale – que está celebrando sua comemorativa edição de 40 anos – exibirá um total de 45 filmes de 38 países.
Além dos filmes de Gomes, Praça e Mascaro, os destaques incluem Skin, do cineasta israelense Guy Nativ, estrelado por Jamie Bell; A Dog Called Money”, documentário de Seamus Murphy sobre a vida e música de PJ Harvey. e Mid90s, estreia na direção do ator Jonah Hill, sobre um adolescente skatista durante os anos 1990.
Retrospectivas e Homenagens
Na Berlinale Classics são destaques: o alemão “The Invincibles”, de Dominik Graf (1994); o dinamarquês “A Palavra” (1955), de Carl Theodor Dreyer; e o húngaro “Adoção” (1975), de Márta Mészáros, ganhador do Urso de Ouro naquele ano.
O Urso Honorário, tributo tradicional que é concedido para um artista pelo conjunto da obra, irá para a atriz Charlotte Rampling.
A cerimônia de entrega do prêmio em 14 de fevereiro, será antecedida de uma sessão especial do clássico “O Porteiro da Noite”, de Liliana Cavani, protagonizado pela atriz.
FILMES DA MOSTRA OFICIAL
The Kindness of Strangers”, de Lone Scherfig – Dinamarca / Canadá / Suécia / Alemanha / França – filme de abertura
The Ground Beneath My Feet, de Marie Kreutzer – Áustria
The Golden Glove, de Fatih Akin – Alemanha / França
Grâce à Dieu, de François Ozon – França
I Was at Home, But, de Angela Schanele – Alemanha / Sérvia
A Tale of Three Sisters, de Emin Alper – Turquia / Alemanha / Holanda / Grécia
Ghost Town Anthology, de Denis Côté – Canadá
So Long, My Son, de Wang Xiaoshuai – República Popular da China
Elisa y Marcela, de Isabel Coixet – Espanha
God Exists, Her name is Petrunija, de Teona Strugar Mitevska – Macedônia / Bélgica / Slovenia / Croacia/ França
Marighella, de Wagner Moura – Brasil – fora de competição
Mr. Jones, de Agnieszka Holland – Polônia / UK / Ucrânia
Öndög, de Wang Quan’an – Mongolia
The Operative, de Yuval Adler – Alemanha / Israel / França / EUA – fora de competição
La Paranza dei Bambini, de Claudio Giovannesi – Itália
System Crasher, de Nora Fingscheidt – Alemanha
Out Stealing Horses, de Hans Petter Moland – Noruega / Suécia / Dinamarca
Varda par Agnès, de Agnès Varda – França – documentário – fora de competição
L’ adieu à la nuit, de André Téchiné – França / Alemanha
Amazing Grace, de Alan Elliott – EUA
Synonymes, de Nadav Lapid – França / Israel / Alemanha
Vice, de Adam McKay – EUA – fora de competição
One Second, de Zhang Yimou – República Popular da China
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