A nevasca que atingiu o nordeste dos Estados Unidos gerou uma discussão paralela sobre se ela deveria ou não ser nomeada. O Weather Channel arriscou batizar a tempestade de inverno com o nome de um personagem literário criado pelo escritor francês Júlio Verne (1828-1905): Nemo. O engraçado é que vários comentários na imprensa americana ignoraram o Capitão Nemo, usando como referência no lugar dele o peixinho protagonista da animação Procurando Nemo. O debate, da maneira como foi abordada na revista The Atlantic, enfureceu meteorologistas, que se recusaram a usar o nome. A lógica desses profissionais é nomear somente furacões. Lançar mão desse recurso também para tempestades de inverno “confunde as pessoas”, segundo uma das fontes ouvidas pela revista. A imagem acima, divulgada pela Nasa, a agência espacial americana, mostra a tempestade sobre a Costa Leste dos EUA. Alguns meteorologistas a chamaram de “nevasca do século” e Massachusetts e Connecticut declararam estado de emergência.
Segredos de estado
Autor do livro Guerra Sem Fim (Companhia das Letras), sobre os conflitos detonados no mundo desde o 11 de Setembro, Dexter Filkins escreveu na semana passada, na revista The New Yorker, sobre as discussões em torno dos aviões teleguiados, os chamados drones (foto), que os Estados Unidos usam para realizar ataques em países como Afeganistão e Paquistão. A polêmica em torno deles tem a ver com o fato de muitas vítimas dos ataques serem civis. Filkins usa um episódio que viveu no Iêmen para ilustrar o argumento de que ninguém (na opinião pública) sabe nada sobre os drones. Moradores do vilarejo de Al Majalah viajaram muito para encontrar o jornalista americano e contar sobre as desgraças que testemunharam. E eles falavam de ataques com drones, mostrando ferimentos e listando pessoas queridas que perderam.