Em nossa rotina de gula e consumo, dizer que alguém é “escravo do chocolate” é logo interpretado como referência a um compulsivo que precisa comer porções do doce com muita frequência. Muito mais chocante é saber que existem escravos de verdade na produção da iguaria e que nunca provaram sequer um pedaço de chocolate.
A rede de televisão norte-americana CNN foi a fazendas que produzem cacau na Costa do Marfim e mostrou no documentário Chocolate’s Child Slaves (Crianças Escravas do Chocolate, em tradução livre), que estreou na última sexta-feira, a rotina de meninos que trabalham nas plantações da matéria-prima que é vendida para grandes produtoras de chocolate.
No site do projeto uma das histórias que se destaca é a do menino Abdul, que trabalha há três anos em plantações de cacau e tem apenas 10 anos. Ele nunca comeu chocolate, é traficado entre as fazendas vizinhas, não pode deixar a propriedade onde é escravizado e, claro, não vai à escola.
A ideia do documentário surgiu porque, há dez anos, todos os executivos das grandes indústrias de chocolate se comprometeram a acabar com o tráfico e a exploração de crianças nas fazendas de cacau. Infelizmente, o trabalho dos quatro repórteres da CNN que foram para a Costa do Marfim mostra que a promessa não foi cumprida.
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