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Diretora polonesa lança seu novo filme no Festival de Berlim

Poucos cineastas tem uma carreira tão diversificada quanto Agnieszka Holland,  uma artista que já trabalhou na Alemanha, na França, República Tcheca, Inglaterra, Estados Unidos e, claro, na sua Polônia nativa.

A diretora polonesa está de volta à Berlinale com “Mr. Jones”, seu novo trabalho, que concorre ao Urso de Ouro nesta 69ª edição do festival.

Em 2016 ela também esteve na mostra oficial com “Rastros” e ganhou o Prêmio Alfred Bauer, pelo trabalho inovador (uma homenagem ao fundador do festival).

Mr. Jones – que tem estreia mundial  hoje (10.02) em sessão de gala no majestoso Palácio dos Festivais – é um thriller histórico  sobre o Holodomor.  Também chamado de “Holocausto Ucraniano”, Holodomor (matar de fome em tradução literal) é o nome atribuído ao genocídio de milhões de ucranianos, que foram vitimados pela fome, como resultado da política econômica de Stalin entre 1931 e 1933.

O filme é a história real de Jones (James Norton), um jornalista galês, que partiu para a União Soviética em 1933 para expor e transmitir à comunidade mundial a verdade sobre os crimes do regime stalinista e do Holodomor na Ucrânia.  Ele revelou ao mundo essas atrocidades, mas os políticos ocidentais não quiseram ouvir e a grande mídia continuou publicando as notícias criadas por Moscou e não apoiou o jornalista em sua luta pela verdade.

Egor Olesov, um dos produtores do filme, já havia agradecido aos organizadores do festival –  quando do anúncio da seleção –  pela oportunidade de participar do programa oficial da competição.

“Mr. Jones é um filme muito forte, emocional e extremamente importante para o mundo moderno e especialmente para o nosso país. Estamos extremamente satisfeitos com a estreia mundial em Berlim”, afirmou.

Na concorrida coletiva que antecede à projeção para o público à noite, Holland falou sobre a motivação para realizar o filme.

“Ninguém queria lançar luz sobre as atrocidades de Stalin, que Jones tentou revelar. É por isso que nós temos que trazê-las de volta à vida”, disse a diretora complementando que se sente mal quando pensa nas coisas terríveis mostradas no filme e na necessidade de trazer novamente esse  fato à tona.

Ao dizer  que achou importante contar a história tendo Jones como protagonista, a cineasta fez um elogio à equipe que trabalhou na produção.

“Eu não queria um filme muito parado e o ritmo veio naturalmente. Todos que trabalharam em “Mr. Jones”  colocaram muita energia para o ótimo resultado que conseguimos”, ressaltou a talentosa e multifacetada cineasta.

Sem deixar de lado sua expressiva atuação na direção de filmes, Holland também tem alcançado sucesso considerável na televisão norte-americana, dirigindo aclamados episódios como “The Wire” (2002-2008), “The Killing” (2011-2014), “House of Cards” (2013), “Burning Bush” (2013), “Rosemary’s Baby” (2014) e “1983” (2018).

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