Os atiradores chegaram à escola para meninas na cidade iraquiana de Falluja, ao meio-dia, com uma entrega especial: pilhas de longas vestes negras com luvas e véus, a norma de vestimenta agora necessária para as mulheres em áreas governadas pelo grupo extremista Estado Islâmico. “Estes são a versão de inverno. Certifique-se que cada aluna receba um”, disse um dos homens a um supervisor na escola no início de dezembro.
Os extremistas estão trabalhando para cortar as mulheres da vida pública no território controlado pelo Estado Islâmico, que se estende por centenas de quilômetros da periferia da cidade síria de Alepo, no oeste do país, até a fronteira com a capital iraquiana, a leste.
O grupo tem se destacado pelas atrocidades, incluindo os horrores que causou às mulheres e meninas da comunidade iraquiana minoritária e mulheres e meninas yazidis foram sequestradas e entregues como escravas aos extremistas.
De acordo com um relatório da Anistia Internacional, as reféns, incluindo meninas entre 10 e 12 anos, são torturadas, estupradas e submetidas a escravidão sexual. Diversas garotas sequestradas cometeram suicídio.
Punições
Ativistas dizem que ao menos oito mulheres foram apedrejadas até a morte por suposto adultério em áreas controladas pelo EI na Síria. Militantes andam armados com pedaços de pau, golpeando mulheres com vestes consideradas inapropriadas.
“Os danos físicos e psicológicos causados pelo tratamento que o EI confere às mulheres, as onerosas instruções impostas ao seu jeito de se vestir e as restrições à sua liberdade de movimento demonstram um tratamento discriminatório de gênero.”
Painel de investigação de crimes de guerra da ONU.
Patrulha
Uma brigada do Estado Islâmico composta somente por mulheres, chamada Al-Khansa (foto destaque), patrulha as ruas em algumas áreas para impor restrições de vestuário. Em todo o território, as mulheres têm de usar o khimar, um manto que cobre a cabeça, os ombros e o peito. Muitas vezes, os militantes forçam-nas a colocar também um véu sob re seus rostos.
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