Mais uma vez, os Estados Unidos assistiram na última semana a uma onda de protestos motivados por questões raciais. A exemplo do ocorrido na cidade de Ferguson, o mote foi a decisão da Justiça de não indiciar um policial branco acusado de matar um negro no distrito de Staten Island, em Nova York. Nesse caso, porém, um vídeo feito com um celular mostra claramente o policial Daniel Pantaleo asfixiando Eric Garner, desarmado e repreendido porque estaria vendendo cigarros ilegais. “Garner, que tinha 43 anos, deixou a mulher e seis filhos, não pode falar por ele. É uma cena desoladora e condenável, mostrando seus últimos momentos de vida e suas palavras finais: ‘Eu não consigo respirar’”, diz editorial do New York Times, que fez coro aos manifestantes e também condenou a decisão do júri.
Qualquer departamento de polícia que tolera esse tipo de conduta [do policial Daniel Pantaleo], e cujos oficiais são despreparados ou não têm disposição de enfrentar tais situações sem matar pessoas, precisa ser reformulado.
Editorial do The New York Times.
Indiciar ou não?
O site FiveThirtyEight faz uma outra análise do episódio, mostrando que pode não se tratar exatamente de um problema racial. O analista Harry Enten revela números de uma pesquisa da Universidade de Quinnipac, segundo a qual 41% dos moradores de Staten Island disseram concordar com o indiciamento do policial. Em Nova York, de forma geral, esse índice é de 64%. Além disso, 70% dos moradores do distrito são brancos e não hispânicos, enquanto em Nova York os negros e hispânicos são maioria. Na foto abaixo, a viúva de Eric Garner, Esaw, chora ao comentar a decisão judicial.
50% dos moradores
de Staten Island concordaram que “foi compreensível a forma com que a polícia agiu” no caso Eric Garner. Já os que consideraram que a atitude policial foi “injustificável” somaram 43%. Entre os entrevistados de toda Nova York, por sua vez, chega a 66% o porcentual de pessoas que não aceitam a ação policial.
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