Por Ryan T. Anderson
Compreender corretamente sexo, gênero, identidade de gênero e disforia de gênero continuará sendo uma preocupação urgente em 2018.
Uma compreensão correta é um pré-requisito para formar corretamente as pessoas na verdade e auxiliar corretamente as pessoas em necessidade.
Conforme as novas ideologias de gênero forem promovidas pela América, as suas mentiras impactarão não apenas aqueles que sofrem de disforia de gênero, mas todas as crianças que precisam amadurecer o seu autoconhecimento como menino ou menina, homem ou mulher, um possível esposo ou esposa, pai ou mãe.
Em 2007, o Boston Children’s Hospital “se tornou o primeiro grande programa nos Estados Unidos a focar em crianças e adolescentes transgênero”, como se vangloria em seu site. Uma década depois, mais de 45 clínicas de gênero pediátricas abriram as suas portas para as crianças da nossa nação.
Os pais escutaram que bloqueadores de puberdade e hormônios para mudança de sexo talvez sejam o único meio de prevenir que os seus filhos cometam suicídio.
Desconsiderando que os melhores estudos sobre disforia de gênero mostram que entre 80 e 95% das crianças que expressam identidade de gênero discordante acabarão se identificando com o seu sexo biológico se for permitido que o desenvolvimento natural continue.
Desconsiderando que tratamentos de “transição” não mostraram uma redução na taxa extraordinariamente alta de tentativas de suicídio entre pessoas que se identificam como transgênero (41%, contra 4,6% na população geral).
Desconsiderando que as pessoas que passam por cirurgia de transição têm 19 vezes mais chances de morrer por suicídio.
Essas estatísticas deveriam ser suficiente para frear a corrida precipitada para a “transição” e nos motivar a encontrar meios mais eficazes de prevenir esses resultados trágicos. Acima de tudo, não deveríamos incentivar as crianças a entrarem em “transição” ou transformar as que fazem isso em heróis ou modelos.
Deveríamos ser mais tolerantes – na verdade, mais amorosos – com aqueles que passam por dificuldades com a sua identidade de gênero, mas também deveríamos ficar alertas aos danos causados pelo bem comum, principalmente crianças, quando a identidade transgênero é normalizada.
Ativistas transgênero não estão apenas pedindo tolerância ou gentileza. Eles estão exigindo confirmação, não apenas de adultos, mas também de crianças e adolescentes que já são desafiados pelo processo normal de desenvolvimento sexual.
Em uma cultura em que as identidades transgênero não são apenas confirmadas, mas celebradas, todo mundo será obrigado a construir a sua própria identidade de gênero sem o auxílio de uma compreensão simples das diferenças sexuais e de porque elas são importantes.
No meu novo livro “When Harry Became Sally: Responding to the Transgender Moment” (“Quando Harry se tornou Sally: Respondendo ao momento transgênero”, em tradução livre), eu mostro que o melhor da biologia, psicologia e filosofia concordam e entendem o sexo como uma realidade corpórea e o gênero como uma manifestação social do sexo biológico. Biologia não é preconceito.
Uma compreensão razoável de gênero rejeita os estereótipos de sexo de um lado e a androginia do outro. O meio virtuoso é uma visão de gênero que revela as diferenças sexuais significativas e comunica a distinção que elas fazem – uma visão que leva a sério as diferenças de sexo, mantendo a igualdade fundamental dos sexos como complementos um ao outro.
As terapias mais úteis não tentam reconfigurar o corpo para que ele concorde com os pensamentos e sentimentos – o que é impossível – mas ajudam as pessoas a encontrar meios saudáveis de lidar com a tensão e avançar para uma aceitação da realidade do seu eu corporal.
O meu livro oferece uma visão matizada da nossa corporeidade sexual, uma abordagem equilibrada das questões políticas que envolvem a identidade transgênero e o gênero como um todo, e uma pesquisa sóbria e honesta sobre os custos humanos de ir contra a natureza humana.
Ryan T. Anderson, Ph.D., é Associado de Pesquisa William E. Scott em Políticas Públicas e Princípios Americanos na The Heritage Foundation, onde pesquisa e escreve sobre casamento, bioética, liberdade religiosa e filosofia política. Anderson é autor de diversos livros e sua pesquisa foi citada por juízes da Suprema Corte Americana em dois casos distintos.
Este artigo foi publicado originalmente no site do Daily Signal. Republicado em português com autorização.
Tradução de Andressa Muniz
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