O escritor e analista político Christopher Hitchens fez uma análise lúcida da execução do ditador Muamar Kadafi. Para a revista Slate, ele não usa de meias palavras – aliás, esse é seu costume. Para Hitchens, matar Kadafi foi “o primeiro erro da nova Líbia” e o ditador deveria ter sido levado ao hospital, depois preso e conduzido ao tribunal de Haia, na Holanda. Ele argumenta que o povo líbio deveria estar esperando por uma espécie de “exorcismo”. “É gratificante ver o cadáver de um monstro e ter certeza de que ele não voltará”, diz Hitchens, mas ele defende que a criação de um novo governo líbio poderia se beneficiar de atitudes “simples” como tratar Kadafi com decência e submetê-lo à lei internacional. Outro aspecto, mais prático, é que, com a morte de Kadafi, perdem-se informações valiosas – como onde está a sua fortuna, que deveria ser devolvida ao povo líbio.
Fim do ETA?
A revista britânica The Economist foi crítica ao tratar do anúncio feito pelo ETA, grupo separatista que briga pela independência do País Basco. Logo no título, a publicação fez uma pergunta: “O fim do ETA?” A resposta aparece no meio da notícia: “Ainda não. Antes de tudo, não há garantia nenhuma de que a violência não vai reaparecer sob outro disfarce”. A revista argumenta que à expansão do terrorismo pode levar ao surgimento de um hipotético “verdadeiro ETA”. O anúncio, embora seja histórico, não menciona a dissolução do grupo nem o desarmamento – algo que foi exigido por alguns políticos espanhóis. Segundo a matéria, que destaca o teatro feito pelos guerrilheiros (usando capuzes), o ETA ainda persegue a independência e continuará usando o “pouco peso que ainda têm”, embora a constituição espanhola não os ampare.
Saída do Iraque
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na última sexta-feira que todas as tropas americanas deverão sair do Iraque até o fim deste ano. Dexter Filkins, no blog da revista The New Yorker, considera essa uma boa notícia, “se você for americano”. “Se você for iraquiano, talvez seja, talvez não”, escreve Filkins. “Veremos.” Depois de nove anos de ocupação, ele diz que esse é o melhor que se pode dizer sobre os feitos dos EUA no país: “uma estabilidade frágil, adquirida com uma maré catastrófica de sangue, ainda que não proposital”. Em seguida, ele começa a listar números de mortos e feridos, começando pelos 4.479 soldados americanos mortos.
Nas redes sociais
“Frear a inflação não significa baixar os salários, significa iniciar um diálogo entre os dois setores fundamentais: a produção e o trabalho”
@HermesBinner – segundo colocado nas pesquisas para a eleição presidencial argentina, insistindo no problema da inflação.
“Sempre com políticas de inclusão social e defesa dos mais vulneráveis, porque esta não é uma luta de imparciais, eu não sou neutra”.
@CFKArgentina– Cristina Kirchner, presidente da Argentina e candidata à reeleição, insistindo no investimento nos setores mais pobres.