Os haitianos se dividiram ontem à noite para receber o ex-ditador Jean-Claude “Baby Doc” Duvalier, que chegou ao país após exílio de 25 anos na França. Mesmo acusado de desviar milhões durante seu governo, de 1971 [como sucessor do pai, ”Papa Doc”] a 1986, quando foi forçado a deixar o país pelos EUA, muita gente lembra desse período – ou ouviu falar dele – como tempos melhores. Não é difícil, visto que hoje o Haiti se encontra em um estado caótico, um ano após o megaterremoto e enfrentando uma epidemia de cólera.
Talvez idealizando o passado, apopulação se enrolou na bandeira haitiana e subiu nas cercas ao redor do aeroporto para saudar o ex-líder. O fato de que tenha sido um ditador, para muitos, pouco importa. “Democracia não é uma palavra muito conhecida por aqui”, lamentou um rapaz.
Duvalier chega ao país beneficiado por uma anistia e em meio a uma crise política que torna incerta a sucessão presidencial. O segundo turno das eleições deveria ter sido realizado neste domingo, o que não foi possível porque protestos de eleitores obrigaram a uma recontagem dos votos, cujo resultado é esperado para hoje. Segundo ele, seu objetivo é ajudar o Haiti a entrar de volta nos trilhos.
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