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Absurdo: Google demite funcionário que discordou de feministas
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Um engenheiro do Google na Califórnia causou furor entre os funcionários ao publicar um artigo de dez páginas questionando a política de diversidade da empresa. O texto é razoável, respeitoso com as mulheres e muito bem argumentado. Apesar disso, numa prova genuína de censura politicamente correta, o Google decidiu ontem demitir o autor do manifesto.

“Eu valorizo diversidade e inclusão, não estou negando que o machismo existe e não apoio o uso de estereótipos”, diz o autor, que segundo alguns jornais se trata do engenheiro James Damore. Intitulado “A câmara de eco ideológica do Google” e publicado no canal de discussões internas da empresa, o texto defende que a predominância de homens no Google e a diferença de salários por gênero não podem ser explicadas só pelo machismo, mas também por diferentes escolhas que homens e mulheres costumam fazer.

Por natureza, diz o artigo, os homens em geral tendem a aceitar trabalhos mais estressantes e como mais nível de risco, que geralmente remuneram melhor. Essa tendência nem sempre joga a favor dos homens. “As mesmas forças que levam os homens a trabalhos de alto salário e alto nível de stress em tecnologia e liderança também os levam a ter empregos indesejáveis e perigosos como mineração de carvão, coleta de lixo, corpo de bombeiros, e a sofrer 93% das mortes relacionadas ao trabalho.”

Apesar da ponderação do texto, o executivo-chefe do Google, Sundar Pichai, considerou o artigo ofensivo. Num e-mail para os funcionários, disse que o engenheiro foi demitido por “promover estereótipos prejudiciais de gênero em nosso local de trabalho”.

É uma interpretação tremendamente injusta. O autor do manifesto faz questão de não cair na falácia naturalista – a ideia de que temos que seguir o que a nossa natureza ditou. Também deixa claro que diferenças evolutivas não determinam indivíduos:

“Veja: eu não estou dizendo que todo homem diferente de toda mulher nos seguintes modos ou que essas diferenças são ‘justas’. Eu estou simplesmente afirmando que a distribuição de preferências e habilidades em homens e mulheres diferem em parte por causas biológicas e que essas diferenças podem explicar por que não temos uma representação igualitária de mulheres em tecnologia e liderança. Muitas dessas diferenças são pequenas e se sobrepõem umas às outras, por isso você não pode dizer nada sobre um indivíduo baseado nas preferências dessas populações.”

O autor ainda sugere uma forma não-discriminatória de aumentar a participação de mulheres nas empresas de tecnologia:

“O feminismo realizou um grande progresso ao libertar as mulheres dos papeis femininos, mas os homens ainda estão amarrados a papeis masculinos. Se nós, como sociedade, permitirmos os homens serem mais ‘femininos’, então a diferença entre gêneros vai encolher, provavelmente porque os homens vão deixar empregos de tecnologia e liderança em troca de papeis tradicionalmente femininos.”

O funcionário colaborou educadamente de um debate no canal da empresa apropriado para isso. Sua demissão é uma amostra triste da intolerância politicamente correta a ideias divergentes.

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