O fim do imposto sindical obrigatório se tornou um pesadelo para os sindicalistas profissionais.  Os bilhões de reais que trabalhadores eram obrigados a pagar aos cofres dos sindicatos tornaram essas entidades um cabide de emprego e uma fonte de dinheiro e influência para grupos políticos, a maioria deles ligados à esquerda.

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Com o fim do dinheiro fácil, políticos e sindicalistas miram agora as entidades de classe. Embora sempre tivessem bem menos recursos que os sindicatos, elas se tornaram úteis para minimizar a queda de receita. O clima costumeiro de eleições de sindicatos (bate-boca, confusão em assembleias, invasão de sedes e brigas judiciais) agora toma conta das associações médicas.

Na sexta-feira passada, a assembleia de delegados da Associação Médica Brasileira (AMB), que tem um orçamento de 10 milhões de reais por ano, foi invadida por integrantes de uma chapa derrotada. As chapas divergiam sobre suspeitas de fraude na coleta de votos da chapa de oposição e sobre quais votos seriam considerados válidos.

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Depois de três horas de protestos e xingamentos, a assembleia foi suspensa, sem conseguir escolher o presidente da sessão e sem empossar o presidente eleito, o médico Lincoln Ferreira. O caso será resolvido na Justiça.

A via judicial, aliás, têm sido o desfecho frequente de eleições de entidades médicas. Também foi parar na mão de juízes a eleição da Associação Paulista de Medicina (orçamento de 40 milhões de reais por ano) e do Sindicato de Médicos de São Paulo. A briga eleitoral Federação Nacional dos Médicos (Fenam) fez a entidade rachar – parte dos sindicatos federados abandonou a instituição e criou uma a Federação Médica Brasileira.

Já o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro está ainda mais enrolado: a Justiça determinou intervenção da entidade até que conflitos eleitorais sejam resolvidos.

 

 

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