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Gleisi pede doação à Carta Capital e reclama que Temer não faz “política de mídia democrática e republicana”

Gleisi Hoffmann

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, faz um importante pedido a todos os filiados e filiadas do PT. "Nós precisamos nos unir para defender aqueles veículos de comunicação que são importantes para a nossa sociedade, que fazem o contraponto, que garantem nossa democracia". Façam a assinatura da CartaCapital para ajudar, também, a democracia do País e a diversidade de opinião.

Posted by Partido dos Trabalhadores on Friday, July 14, 2017

A presidente do PT fez um apelo na página oficial do partido para que petistas e simpatizantes assinem a Carta Capital. Sem anúncios de estatais e de empreiteiras como no auge do petismo, a revista está sem dinheiro. “A Carta Capital, que é um veículo que tem história entre nós, está prestes a fechar. Está com muitas dificuldades financeiras”, diz, no vídeo, a senadora Gleisi Hoffmann.

É verdade: a Carta Capital tem história entre os petistas. Foi a revista que ganhou um empréstimo de R$ 3 milhões da Odebrecht, empréstimo que, segundo a delação de Marcelo e Emílio Odebrecht, foi solicitado por Lula e Guido Mantega.

É a revista que usava a expressão “suposto mensalão”.

A mesma revista cujo editor aparece numa conversa entre Lula e Jaques Wagner do ano passado. O diálogo revela que o ex-presidente pautava a Carta Capital: “Acho que essa é a pedra. Acabei de [inaudível] com o Mino Carta aqui, para ele escrever um artigo mostrando que teve duas coisas: primeiro a vontade das pessoas que o combate a corrupção continue, e o Moro representa isso fortemente. Segundo, que a negação política é total”.

A revista que nesta semana tem uma capa de sensacionalismo grotesco, comparando a flexibilização das leis trabalhistas ao retorno da escravidão.

Era constrangedor abrir uma Carta Capital no auge do governo Dilma. A revista que mais apoiava o PT só tinha anúncios das estatais dirigidas pelo PT e de empreiteiras hoje envolvidas no Petrolão.

Segundo Gleisi, o governo Temer deixou de financiar a Carta Capital “porque esse governo, que tem lado na história, que é o lado dos mais ricos, não tem feito uma política de mídia que seja democrática e republicana”. Ou seja: democrática e república era a política de financiar blogs e revistas governistas.

Pensando bem, há algo positivo na atitude da senadora Gleisi Hoffmann. A Carta Capital corre o risco de finalmente ser financiada por seus próprios consumidores e anunciantes, e não pelos poderosos que ela costuma adular.

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