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Por suas posições nacionalistas e contrárias à imigração, Marine Le Pen ocupa o lugar da extrema-direita na eleição da França. Esse rótulo esconde a semelhança de suas propostas econômicas com as da esquerda brasileira. As cinco medidas acima sairiam com naturalidade do gabinete do deputado Jean Wyllys, mas todas integram o programa da candidata francesa.

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Le Pen quer reverter a recente reforma da Previdência francesa que aumentou a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos. Como Trump, é contrária à globalização e pretende retirar a França dos tratados de livre comércio internacional. Também promete dar preferência a produtos feitos pela indústria nacional e criar impostos sobre os importados. A direitista Le Pen é quase uma esquerdista.

Ou melhor, uma intervencionista. Le Pen é uma antiliberal em quase todos os sentidos. Se liberais defendem a livre circulação de ideias, pessoas e coisas, a francesa só não avança sobre a livre circulação de ideias. Quer mais governo nas fronteiras, mais serviços públicos que parecem grátis, mais protecionismo, menos produtos importados nas prateleiras dos mercados.

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É como se o espectro político tivesse a forma de uma ferradura. Há um momento em que a extrema direita e a extrema esquerda se encontram, e um pouco encabuladas percebem que têm muito em comum.