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Supremo causídico

Athayde Petreyze na festa de posse de Cristiano Zanin: beijinho no ombro

Posse Cristiano Zanin
Zanin para Flávio Dino: "Aparece lá na minha festinha depois. Vai ter piscina de cheddar e varal de camarão". (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

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Quinta-feira passada, eu jogava dominó no Passeio Público quando recebi uma ligação urgente-urgentíssima do meu editor na Gazeta do Povo. Com um gesto hábil e plasticamente admirável, saquei do bolso do paletó meu Nokia e o levei à entrada da cavidade auricular esquerda. “Hoje tem a posse do Zanin”, disse ele. “O jatinho tá te esperando no aeroporto. Leve um casaquinho”, completou. E eu, que de bobo só tenho a cara e o jeito de andar, fui. Mesmo sem ter a menor ideia de quem seja esse tal Zanin.

Escorpiano

Ah, aqui está! Verbete novinho em folha na Wikipedia. Cristiano Zanin Martins (será que é parente do Rafa?) nasceu em Piracicaba. É escorpiano (informação importante!) do dia 15 de novembro de 1975. Ano em que nevou em Curitiba. Capital do Paraná. Uma das 27 unidades federativas do Brasil. (Opa. Acho que me empolguei com os links aqui). É jurista, professor e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ah, então deve ser alguém importante.

Fascista

Paguei com três notas de R$300 o ingresso para a festança. À porta, o segurança me perguntou se eu era o Athayde Petreyze da República Fascista de Curitiba. Desconversei e dei um nome falso: Jones Rossi. E disse que era de Osasco. Deu certo.

Valeska

Uma vez lá dentro, fui logo perguntando onde estava o tal do Zanin. “O novo queridinho do Lula? Humpf”, me informou um ciumento Dias Toffoli. “É aquele ali, ao lado da Valeska”. Aproximei-me e, como Zanin estivesse entretido num papo republicano qualquer, cumprimentei a Valeska. “Beijinho no ombro pro recalque passar longe/ Beijinho no ombro só pras invejosas de plantão”, disse, tentando ser simpático.

Vacilo

Cinco minutos depois, contei essa história para o Ricardo Lewandowski, e ele me explicou que a Valeska era outra. Perdão pelo vacilo.

Xandão

Devidamente abastecido de uísque, a bebida típica dos poderosos, como fez questão de frisar um concorrente, circulei pela festa até me deparar com ele. “Athayde, seu criado”, disse para Alexandre de Moraes, fazendo uma mesura como se estive diante do ministro-sol. E não estava? Ele foi super simpático e até não me prendeu.

Macarrão na Taça

O buffet era um espetáculo à parte. Destaque para o Talharim à Carbonara na Taça, a Piscina de Cheddar, o Varal de Camarão, a Roda-gigante de Coxinha, a Barca de Aperitivos e a iguaria mais chique, badalada, degustada e regurgitada da atualidade: o Temaki de Pizza com Feijão (“mamenopiza”, se não me falha o japonês que aprendi com o Cláudio Shikida). Pena que tudo acabou cinco minutos depois de Flávio Dino ter chegado na festa.

Banda Solange

Começou a música! E, para a minha surpresa, quem eu vejo no palco? Sim, ela mesma: a banda Solange. Minha preferida! Tenho até um pôster do vocalista, o juiz Carlos Alberto Martins Filho, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), na parede do meu quarto. Sou desses. Me deixa.

Tempo Perdido

“Que música é essa?”, pergunto ao Luiz Marinho, enquanto o elogio por todo o esforço para trazer de volta o imposto sindical. Meus amigos da FENAJ agradecem! “Tempo Perdido. Do Legião”, responde ele, e anoto no meu caderninho, pensando cá cos meus botões: “Onde é que eu já li um texto maravilhoso sobre essa música antes?”. Ah, sim: aqui.

#chateated

Gilmar Mendes passa por mim e nem me cumprimenta. #chateated Ele está indo conversar com o Marcola. E não, não é nada disso que você está pensando. Marcola é o apelido cabuloso, digo, carinhoso do sociólogo Marco Aurélio Santana Ribeiro, chefe de gabinete de Lula. Coincidências.

Terra e Paixão

Ao meu redor, ausências importantes são notadas entre cochichos e teorias da conspiração. Cármen Lúcia e Rosa Weber, por exemplo, não apareceram e nem telefonaram para dar os parabéns. Parece que o capítulo de “Terra e Paixão” estava bom mesmo. Lula foi outro que não deu o ar da graça, o que gerou especulação entre os convivas. Será que ele acha que pegou mal indicar o ex-advogado para o STF? Será? Será?

Será?

Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguir vencer?

Athayde Petreyze é colunista social, socialista, sociólogo e sócio do Harmonia Clube de Campo, lá em Umuarama. Jornalista com vasta experiência na cobertura de importantes campeonatos de várzea, ele ganhou vários prêmios de participação em concursos de redação para ex-alunos do Mobral. Autor de “Torto & Reto: Uma Autobiografia”, ele disse que cobra bem baratinho para fazer presença em chás de revelação e festas de debutante.  

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