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Polzonoff

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Poder do Estado

O que o esquilo Peanut tem a ver com os presos do 8/1 e a censura de Flávio Dino

ESQUILO PEANUT
Alvim, primo do Peanut: "Quer dizer que georgefloydaram meu primo?" (Foto: Pixabay)

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Vamos ver. Se a morte de Clezão e a prisão de idosos, mulheres mães de crianças pequenas e doentes não sensibilizaram ninguém, e se o mais recente e abjeto caso de censura perpetrado por um ministro do STF não sensibilizou ninguém, quem sabe a morte do esquilo Peanut e do guaxinim Fred consiga ilustrar o perigo que é o Estado interventor e cada vez mais autoritário. Quem sabe...!

Cuticuti

Pois a essa altura você já deve conhecer a história de Peanut. O esquilo foi resgatado por Mark Longo, que cuidava dele como animal de estimação. Não sei se você já viu um esquilo, mas eles são simpáticos ratos com uma cauda fofinha e trejeitos cuticutis. Apesar de toda a simpatia, são animais silvestres e podem transmitir doenças. Por isso Nova York, onde tudo aconteceu, proíbe que se tenha esquilos como animais de estimação.

Vizinha chata

Peanut, porém, não era apenas um esquilo. Ele era também o mascote de uma ONG de proteção dos animais – uma daquelas causas nobres que foram sequestradas pela esquerda. Ao lado de seu “amigo” Fred, um guaxinim, eles faziam sucesso na Internet. Uma vizinha incomodada com os animais, porém, achou por bem denunciar Longo ao Estado. Até aí, tudo mais ou menos bem. Chatinha, a vizinha, mas ela estava em seu “direito”. O problema foi o que o Estado fez em seguida.

Filó (lembram dela?)

O Estado invadiu a casa de Mark Longo, capturou Peanut e Fred e, sob alguma justificativa sanitária qualquer (está se lembrando de todas as insanidades cometidas durante a pandemia?), abateu, sacrificou, eutanaziou ou simplesmente matou os bichinhos. Por falar nisso, alguém sabe dizer o que aconteceu com a Filó, a capivara do Agenor? O caso norte-americano é bem parecido com o brasileiro, mas ganhou o mundo nas últimas horas porque há uma eleição ocorrendo lá nos Estados Unidos.

Trump x Kamala

Uma eleição que opõe muito mais do que Donald Trump e Kamala Harris. A disputa, tanto lá quanto cá, é e continuará sendo entre um Estado que reconhece e respeita seus próprios limites e um Estado que se considera onipotente. Em outras palavras, um Estado que serve a sociedade e um Estado que acha que a sociedade existe para servi-lo.

E o quéco?

Mas a esta altura, já no sexto parágrafo do texto, você que é sempre muito paciente deve estar se perguntando: o que é que esse esquilo estadunidense tem a ver com os presos do 8/1 e com o fato de um ministro do STF, Flavio Dino, ter mandado tirar de circulação livros jurídicos porque eles conteriam trechos ofensivos a determinado segmento da sociedade? A resposta é simples: o poder infinitamente maior do Estado em relação ao cidadão.

Escravidão

Um poder que, se fosse usado apenas para o bem, vá lá! Mas a gente sabe que isso é impossível. Porque o Estado é feito de pessoas – e não necessariamente das melhores e mais bem-intencionadas. Por isso o Estado precisa ser o tempo todo fiscalizado e contido. Senão vira fascismo. Vira opressão, injustiça e censura. Se o Estado não puder ser fiscalizado e criticado (como querem no Brasil certas pessoas), e se for comandado por pessoas que se guiam por valores morais totalmente deturpados, a relação entre ele e o cidadão comum se torna uma de escravidão. E a gente sabe muito bem quem, nessa relação, comanda o chicote.

Esquilos, guaxinins e capivaras

Lá nos Estados Unidos dizem que o caso de Peanut & Fred pode influenciar a eleição presidencial. Quanto a isso, tenho lá minhas dúvidas, mas... tomara! Assim quem sabe possamos, por influência, entender de uma vez por todas que o Estado é uma tecnologia admirável, um avanço civilizacional que, em mãos erradas, se torna um monstro capaz de causar muito sofrimento. Não só a esquilos, guaxinins e capivaras.

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