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Polzonoff

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"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

Crônica do Popov

Janja reage a acusações e Lula cogita cortar videogame do filho

LULA JANJA LULINHA
Lula: "Espelho, espelho meu, existe alguém mais [VETADO PELO JURÍDICO] do que eu?" (Foto: Ricardo Stuckert/ Twitter)

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— Luizinho, depois que você lavar a louça vem aqui que eu quero falar sério com você — diz ela. Ele bufa, desacorçoado da vida, como se diz.

— Mas o que é que eu fiz de errado desta vez? — pergunta. — Se foi por causa das 12 milhões de crianças mortas na Palestina, eu já te pedi desculpa, benhê. Se foi por causa do Macron, eu já disse que não aconteceu nada. Ah, não vai me dizer que eu falei dormindo de novo?! Que nome eu chamei desta vez? Rosemary? Zé Dirceu? Marisa? Bolsonaro?!?!

Janja bate três vezes na madeira antes de dizer:

— Não foi você. Foi o seu filho.

— Ah, deixa o moleque viver a vida dele, curtir. Ele já levou muita cotovelada nessa vida.

— Mas ele agrediu a Natália!

— Agrediu? Tem certeza de que não é fake news dos fascistas? Talvez uma crônica daquele tal de Popov?

— Não. É uma acusação e a palavra da vítima basta. Você mesmo sancionou a lei, homem! E isso tá causando um estrago na minha imagem. Tá aqui, ó, em todos os sites de notícia. Em todas as redes sociais. A Dani não para de me ligar  pedindo uma declaração...

— Que Dani?

— Aquela ali — responde Janja, apontando para a tv ligada 24 horas por dia naquele canal.

— Você precisa escolher melhor suas amizades. Com a Natuza já deu aquele beó lá dos móveis — diz Luiz, se arrependendo em seguida. Antes que Janja pudesse dar piti, porém, ele emenda: — Não tem como você pedir pro pessoal do @choquei dar uma ajuda? Talvez investigar a vida da moça... Um cancelamentozinho cairia bem agora.

Janja não diz nada. Só bufa uma bufada longa. Luizinho sabe que está se afundando. Mas por algum motivo ele não consegue se conter.

— Por que você não fala lá com o seu novo amigo? — diz ele, fazendo cara de “eu sei o que vocês fizeram no verão passado”. Ou algo assim.

— Que amigo, Luizinho? Tá ficando louco?!

— É. Eu vi o jeito que ele olhou pra você. O careca.

— Não foi nada disso!

— Então liga lá pra ele e pede pra ele indiciar a moça por atentado à democracia. Mais uma, menos uma, não vai fazer diferença.

Janja fica quieta. Pensando. Mau sinal. Assim que Luizinho se vira para voltar a arear as panelas, porém, ela o chama.

— Ai, Luiz. Será que eu vou ter que vestir aquela camiseta horrível?

— Qual, meu bem? A Hermès nova que eu te dei? — pergunta Luiz, tirando uma craca da frigideira e pronunciando certinho: hermê.

— Não. Aquela do “MEXEU COM UMA MEXEU COM TODAS”.

— Essa o pessoal vai gostar — diz Lula, digo, Luiz.

Num vai – diz a primeira-madrasta, de repente com cinco aninhos. — A Gleisi num gosta di mim. O Pimenta num gosta di mim. Ninguém no PT gosta di mim.

Luiz deixa as panelas e o bombril na pia, enxuga as mãos num pano de prato estampado com a foice e o martelo (presente do Maduro), tira o avental by Balenciaga e vai ao encontro da amada.

— Não fica assim, não, Janja. Você sabe que você é luz, é raio, estrela e luar. É o meu iaiá, meu iôiô. Eu te amo, Janja. Mais que o PT, que o comunismo, que tudo. Só não te amo mais do que mim. Pode ficar tranquila que eu vou falar com os companheiro tudo.

— Promete?

— Prometo. E também vou marcar uma viagem para onde você quiser. Menos pra Osasco — diz o presidente.

— Até parece que eu quero ir pra Osasco. Seu bobo – diz Janja, cheia de dengos. É o sinal de que ela vai dar o bote: — Sobre o Lulinha, eu tava pensando... E se a gente tirasse o videogame dele? Ou então o celular?

— Eu vou ter uma conversa de homem pra homem com ele. Eu já disse que, se quiser bater em mulher, que vá bater noutro lugar, mas não dentro da sua casa ou no Brasil, porque nós não podemos mais aceitar isso.

— Foi um belo discurso — diz ela. E neste momento sugiro ao leitor tirar os olhos do texto, porque eles vão se beijar, vão se beijar, se beijaram, estão se beijando, se beijando, se beijando ainda... Ufa. Pararam. — Então tá. Conversa com ele que eu vou falar com a meninada da internet e com o Alexandre. Vai que a gente “descobre” — Janja faz aspinhas no ar – que ela é bolsonarista.

— Foi o que eu disse pro Lulinha: não se pode confiar em mulher com nome de cerveja ruim – diz Luiz.

[CAI O PANO]

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