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Polzonoff

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"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

Mau humor geral

Escândalo: jornalista português é detido pela PF e o caso não rende nenhuma piada

Sérgio Tavares: tais me achando com cara de petista, ó, pá?! (Foto: Reprodução)

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Sabe aquela do jornalista português que veio cobrir a manifestação do dia 25 de fevereiro e acabou detido no aeroporto e interrogado pela outrora gloriosa Polícia Federal, hoje transformada em polícia política? Nem eu. Talvez porque já tenhamos chegado ao estágio em que as pessoas simplesmente têm medo de rir não só de seres risíveis como Alexandre de Moraes ou Lula, mas também de si mesmas e das vítimas desse regime. Um regime de bufões que se consideram semideuses e não toleram irreverência.

Reconheço que talvez eu esteja caindo na areia movediça da nostalgia, que teima em idealizar o passado e se recusa a ser grato pelo presente. Pelo que desde já peço desculpas. Mas ouso dizer que, se vivêssemos num tempo em que prevalecesse o espírito cordial (Freyre) e melancólico (Scliar) do brasileiro, por essa hora Sergio Tavares já teria virado personagem do Chico Anysio. Bem como protagonista de incontáveis piadas por aí. E seria chamado apenas de “Portuga”. Até no Jornal Nacional!

O que me traz a uma pergunta talvez séria demais para este texto que, você vai ver mais adiante, foi escrito com a tinta da melancolia e a pena da galhofa: o que ainda há de brasileiro na alma do brasileiro? Se é que resta alguma coisa... Cadê aquele velho humor diante das dificuldades? Dos poderosos? Cadê a revolta que se dissipa em gargalhada, pelo bem da nossa saúde psíquica? Cadê a capacidade de mentir para nós mesmos sugerindo que possa existir povo mais burro do que o brasileiro? Cadê?

E aqui, sem querer teorizar e já teorizando, digo o óbvio que antes ululava e que agora tá louco, mermão?!, vai que o emepê tá me ouvindo: as piadas de português nunca pretenderam ofender os pobres-diabos que, com diz o Eduardo Dussek, nem são tão burros assim. Afinal, eles vieram de longe e descobriram o Brasil. “Pois mais burra foi a Argentina/ Que estava aqui do lado e não viu”. Quem discorda?

Ah, e antes de ir para as tão aguardadas piadas eu quero deixar registrada aqui um axioma daqueles bem axiomáticos mesmo: só gente burra não tem senso de humor. Então, por favor, contenha a casmurrice aí e não me vá passar recibo, hein!

Piadas

Nem precisava ser piada original. Me daria por satisfeito se alguém, talvez o Jones, chegasse na mesa do bar e, aos sussurros, se confessasse portador de detalhes exclusivíssimos sobre a detenção e o interrogatório do Portuga. “Fiquei sabendo que o agente da PF chegou ao lado dele e disse: ‘Pare!’”.

Silêncio. Suspense até o trouxa aqui servir de escada e perguntar: “E o Sérgio Tavares?”
- Ímpare!

Ao que o Omar responderia propondo um brinde “à liberdade! à anistia! ao Fluminense!” dizendo que o Portuga deu mancada. “Vocês não sabem de nada. Tudo começou quando ele passou em frente a um chaveiro que funciona lá no aeroporto. Ele leu a placa que dizia ‘Trocam-se segredos’ e não teve dúvidas:
- Eu acredito que as eleições foram fraudadas. E tu?”.

Até que o André, que estava quietinho num canto, resolveria perguntar se a gente sabia a diferença entre o jornalista português burro e o Sérgio Tavares, que é inteligente e tal. A gente fez que não com a cabeça e se preparou para o péssimo punch line:
- O jornalista português burro escreve que a vacinas são inúteis, as urnas são questionáveis e a nossa democracia é de mentira. Aí, quando o Xandão ameaça prender, ele apaga tudo.

O mesmo silêncio e o mesmo suspense até o mesmo trouxa aqui servir de escada e perguntar: “E o Sérgio Tavares?”
- O Sérgio Tavares não escreve nada porque sabe que o Xandão vai mandar prender mesmo.

Tun dun ts.

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