O sangue que escorre do rosto desse venezuelano está nas mãos de Maduro e seus cúmplices do PT.| Foto: EFE/ Ronald Peña
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É uma questão de escolha. Você pode olhar para a Venezuela, ao norte, e se render à indignação e ao medo – com um tiquinho bem inho de esperança. Foi, aliás, o que fiz na segunda (29) à noite, ao consumir enlouquecidamente quaisquer vídeos que mostrassem a queda iminente do ditador, assassino e amigão do Lula, Nicolás Maduro. Só para me confrontar com a realidade de que a queda do Enver Hoxha dos trópicos depende de algo que vai além da vontade de milhões de venezuelanos.

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Aliás, venezuelanos na maioria arrependidos por terem cedido aos encantos das sereias chavistas, que com suas vozes doces também prometiam picanha, passagem aérea barata, mi casa mi vida, paz e democracia. Nesses últimos dias, vi muita gente didireita tripudiando do arrependimento tardio desses pobres-coitados, como se os venezuelanos fossem indignos de solidariedade porque um dia deram uma de MBL e acreditaram na mentira da “esquerda democrática”.

Mas é que tem gente que se acha superior e perfeito e coerente do nascimento à morte, né? Mas nunca você. Bom, deixa para lá. Onde é que eu estava mesmo? Ah, sim! Escolhas. Ainda olhando para o norte (pelo menos no meu caso, que estou em Curitiba), você pode olhar para Brasília. Mais especificamente para o gabinete da deputada Gleisi Hoffmann, o orgulho do Paraná e presidente do PT. Ela que, estão dizendo por aí, orquestrou sozinha a nota abjeta, repugnante, fétida e canalha, na qual o partido reconhece a vitória eleitoral do ditador Maduro.

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“Vitória eleitoral do ditador Maduro”. Eu escrevi isso mesmo? Escrevi porque é nesse tipo de coisa que Gleisi & seus petistas amestrados acreditam. Você pode ler e reler a nota curta e cínica, e ficar pensando – como eu fiquei – que “democracia” e “soberania” são conceitos que não significam absolutamente mais nada. São no máximo gatilhos emocionais que encantam e fazem babar uns e outros. Ou você pode optar por ignorar essas coisas todas, esses eventos mastodônticos sobre os quais você não tem controle – e não tem mesmo, apesar do que pensam os revolucionários que resolvem todos os problemas do mundo do conforto de seu sofá – e continuar lendo o que tenho a dizer depois do intertítulo. Aliás, recomendo.

A Verdade é inegociável

O que tenho a dizer depois desse intertítulo aí é que, apesar de Maduro, Gleisi e Lula; apesar de blasfêmia woke durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris; apesar da turminha da LulaNews (jornalistas, dizem) pedir censura aos divertidos memes com o ministro mais memável de todos os tempos, Fernando Taxad; apesar de todas as muitas porcarias que aconteceram nas últimas duas semanas...

A verdade é que tem muita gente boa no mundo. Muita gente que busca a santidade cotidiana e discretamente. Ou nem tão discretamente assim, como é o caso do frei Gilson, que só tive a oportunidade de conhecer na semana passada, por indicação do amigo Francisco Escorsim, e que deu uma entrevista abençoadíssima ao podcast Inteligência LTDA.

E aqui eu convido não só o leitor católico, mas também o evangélico e até você que se diz ateu, a enfrentar as três horas e meia de entrevista não para descobrir quem é o frei Gilson, e sim para descobrir quem você é. Ou, por outra, para descobrir que, apesar de toda essa legião que habita o noticiário, muitos já entendemos que aquilo que o mundo vende como felicidade e sucesso é tristeza e miséria.

O único senão da entrevista é que, para aqueles que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir, talvez seja um tanto quanto incômodo perceber que, assim como os venezuelanos e os petistas, nós que não somos nem uma coisa nem outra também nos deixamos iludir pelas muitas lorotas supostamente virtuosas que nos conta a ideologia. Uma ideologia que muitas vezes perverte a indignação justa e se farta do medo para sufocar a verdadeira esperança.

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Ah!

Ah! Claro que você não precisa dar as costas, se alienar nem ignorar o que de ruim acontece – e acontece! – no Brasil e mundo. O tempo todo! Mas talvez ver a tragédia venezuelana (que também é a tragédia brasileira e francesa e norte-americana e etc.) por um prisma transcendente lhe faça bem.