Ditadura. Olha só eu usando essa palavra aqui. Eu que, quando era criança ou um jovem cabeludo, achava que só usaria essa palavra pra me referir ao passado. Ou então aos regimes de força em países como Cuba ou Coreia do Norte. Mas não. Ditadura.
E eu sei que há um bocado de controvérsia em relação ao uso dessa palavra para falar do que temos no Brasil hoje. Afinal, teoricamente ainda temos eleições livres. Se bem que as eleições daqui estão cada vez mais parecidas com as da Venezuela. Que, por sinal, é uma ditadura - e eu acho que ninguém contesta isso, né?
Teoricamente também temos os três poderes funcionando. Se bem que o nosso Legislativo já foi engolido pelo Judiciário. Outro sinal de que vivemos uma… ditadura. Por fim, teoricamente (e bota teoricamente nisso, temos uma Constituição que nos garante liberdade.
Se bem que na terça-feira (12) o Brasil foi apresentado a um burocratazinho chamado Carlos Baigorri. Ele é presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel. Pois esse sujeito, todo alegre e faceiro, disse em entrevista coletiva que a Anatel vai tirar do ar, sumariamente, todo site ou aplicativo que "atentar contra a democracia". Ou melhor, contra o que eles chamam de democracia. Mas que no fundo é… ditadura.
Em meio ao recrudescimento da nossa… ditadura, uma comitiva formada por políticos e influencers, entre eles Gustavo Gayer, Marcel Van Hatten, Allan dos Santos e Paulo Figueiredo, viajou a Washington, nos Estados Unidos, a fim de denunciar ao mundo a nossa… ditadura.
Só que parece que o pessimismo e o cinismo tomaram conta de uma direita que insiste que isso não serve para nada. Será?
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