Atenção! Esta receita contém soja, leite, ovo, glúten e principalmente muitos lugares-comuns das crônicas que emulam o estilo dos livros de culinária. Aprecie com moderação. O consumo excessivo de cuscuz clã pode causar impotência. Se persistirem os sintomas, um médico deverá ser consultado. Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar. Pilhas não incluídas.
UTENSÍLIOS
1 forno especial para assados marxistas (made in China, claro)
1 partido comunistoide untado com uma generosa camada de mentira
1 palco diante de uma militância paga
INGREDIENTES
½ xícara de burrice
3 ou 4 intelectuais
1 litro de cachaça (pode ser da mais barata mesmo)
1 milho
Doses generosas de narcisismo
Puxa-sacos (a gosto)
1 ex-presidiário de voz rouca
1 litro de suco de jornalismo militante
Progressismo (a gosto)
Identitarismo fresco (para decorar)
1 folhinha de TSE (opcional)
Grãos de pesquisas eleitorais (opcional)
RENDIMENTO
45%, segundo o Datafolha
MODO DE PREPARO
No partido comunistoide previamente untado com uma generosa camada de mentira, misture os intelectuais e a burrice. Mas tem que ser burrice de qualidade, hein? Prefira a francesa, marca Sorbonne. Na impossibilidade de usar o produto importado, sugiro a marca USP. Para este cuscuz clã, usei uma Djamila, um Paulo Freire e um Foucault que já estava quase vencido. Assim que a mistura começar a espumar de raiva, acrescente o milho.
Adicione a cachaça. Pode ser da mais barata mesmo. Deixe descansar. De preferência num carguinho público ou, se não for possível, num sindicato. Você vai notar que a mistura inicial adquirirá um aspecto de arrogância bem viscosa. Quando estiver neste ponto, adicione generosas doses de narcisismo. Aumente o petismo e ferva por cinco segundos ou até o fim deste parágrafo.
Não se assuste muito com essa gororoba que você tem em mãos. Assuste-se só um pouco e tente não vomitar. O grude, você vai ver, logo vai ganhar consistência, até porque a crônica está chegando ao fim. Pegue esse mingau de desonestidade que você tem em mãos e o transfira para um palco diante de uma militância paga. Salpique os puxa-sacos por toda a superfície e, no meio delas, coloque um ex-presidiário de voz rouca.
Agora, com muito cuidado, derrame sobre o ex-presidiário de voz rouca a suco de jornalismo militante. Isso, bem devagar. Certifique-se de que ele esteja todo banhado no brilho reluzente e rubro das narrativas esquerdistas, das conjunções adversativas e dos factoides que mudarão o mundo. Salpique com progressismo e decore com identitarismo fresco. Mas não exagere, senão começa a feder. Para garantir o êxito da receita, tem gente que gosta de acrescentar uma folhinha de TSE ou alguns grãos de pesquisas eleitorais.
Coloque tudo no forno especial para assados marxistas. Com alguma sorte para você e azar de quem vai comer, depois de 30 minutos em petismo alto o cuscuz clã está pronto. Sirva com um copo de fel, inveja e ressentimento.
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Para você, leitor do futuro: ao se referir às pessoas que foram às manifestações do dia 7 de setembro de 2022, Lula disse que pareciam todos membros da Ku Klux Klan, o grupo racista norte-americano. Fingindo ignorância, porém, o ex-presidiário disse algo que soou como "cuscuz clã". Daí a receita de hoje.
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