Esse conteúdo faz parte da minha newsletter, que toda sexta-feira traz um apanhado das colunas publicadas ao longo da semana. Se você quer recebê-la em primeira mão, sem nenhum custo, é só deixar seu e-mail abaixo:
Faustãolólogo
Como diz a minha chefe, nesta semana virei um faustãolólogo. Um especialista no Faustão. Claro que não é nada disso, mas vale o chiste. Tudo porque ainda no domingo (27), ao saber que o ex-apresentador e ex-gordo tinha se submetido a um transplante de coração, e ao ver nas redes sociais a desconfiança das pessoas em relação à rapidez do procedimento, corri para escrever que a ideia de corrupção está entranhada em nós. E é por isso que não conseguimos conceber um mundo onde prevaleça um mínimo de honestidade – ainda mais quando há um órgão público, o SUS, envolvido na história. (Órgão público parece um trocadilho horroroso, mas é só uma coincidência horrorosa mesmo).
TUM-TUM-TUM-BATEU: O coração do Faustão e a corrupção entranhada em nós
Corromper para sobreviver
O texto anterior causou o maior auê não só entre os leitores desta Gazeta do Povo. Entre os familiares e amigos, meu “pressuposto da honestidade” rendeu discussões entremeadas a carinhosos xingamentos. Aqui eu era hipócrita, ali um ingênuo (eufemismo para “idiota”). E logo começaram as especulações sobre como cada um de nós agiríamos se estivéssemos na mesma condição de Faustão e se tivéssemos a possibilidade de furar a fila de transplantes. Se pudéssemos corromper para sobreviver. A título de troça, chamei esse dilema de “Dilemão do Faustão” e o resultado é o texto que se segue.
CLIQUE PARA DILEMAR TAMBÉM: Dilemão do Faustão: se você pudesse, furaria a fila de transplantes para se salvar?
Ele só pensa... naquilo
Além do Faustão, a semana foi marcada pelas querelas políticas de sempre. Flávio Dino destruindo provas e se fazendo de desentendido, STF esseteefando, Haddad aumentanto impostos e Lula viajando. Tanto quanto possível, fiquei um pouco à margem desses acontecimentos. Porque não é fácil viver mergulhado nesse lamaçal. Em se tratando de política, preferi me ater ao dilema ético de uns pensamentos que vem e vão e quando vêm incomodam (ao menos me incomodam). Me refiro ao que você e eu pensamos ao lermos a notícia de que o infelizmente-em-chefe Lula vai se submeter a uma cirurgia razoavelmente delicada no quadril. O resto é com vocês.
PENSEI E CLIQUEI: Lula marca cirurgia para 29/9. É, eu sei o que você está pensando
Perdeu, mané
Antes de o transplante do Faustão tomar conta das discussões nas redes sociais, só se falava das centenas, talvez milhares, de celulares roubados durante o show de um tal de Alok. Arrastões do tipo, logicamente, não são novidade. Ainda mais no Rio de Janeiro. Mas o que chamou minha atenção mesmo foram imagens de “pessoas comuns”, jovens de classe média ou classe média baixa ou até pobres, mas evidentemente não-miseráveis, se fartando dos celulares alheios. Só pela aventura, pelo prazer inconsequente de tirar algo que pertence a outra pessoa. E constatei: falhamos. Falhamos em transmitir a tradição da honestidade.
CADÊ O CLIQUE QUE TAVA AQUI? ESSE: Por que pessoas comuns se transformam em ladrões de celulares?
Oráculo supremo
No agora longínquo sábado, 26 de agosto, resolvi dar uma de pitonisa e dizer que Bolsonaro será preso em pleno feriado de 7 de setembro. Brincadeira. Não é uma previsão. Muito menos um furo de reportagem. É apenas a constatação de que Alexandre de Moraes e seu STF amestrado são capazes de tudo. Até mesmo de usar a data simbólica do 7 de setembro para mandar prender o ex-presidente. Sem que para isso haja qualquer motivo que não a vontade calva & suprema.
CLIQUE PARA ANTEVER O FUTURO: E se eu lhe disser que Bolsonaro será preso no dia 7 de setembro?
Polzo recomenda
Todos os nossos colunistas são totalmente excelentes, magníficos, extraordinários e outras hipérboles do tipo. Mas nesta semana recomendo a coluna do Francisco Escorsim. Intitulado “’Não fique tão focado nos monstros que estão por aí’”, o texto é consequência de uma palestra que o prófs deu no Instituto do Bem Comum. Nele, Escorsim conta a história do ator Isaac Kappy, que em sua (dele) última transmissão pela Internet, faz uma autorreflexão importante: “Fiquei tão focado com as exteriorizações do mal que não encontrei o mal interno”. Até porque não adianta nada lutar contra lulas, dinos, alexandres e dragões quando, interiormente, um fogo maligno o consome.
ESCORSIM É FERA! LEIA: “Não fique tão focado nos monstros que estão por aí”
Baú do Polzo
Estava aqui fuçando em alguns baús empoeirados e acabei descobrindo esta coluna que é uma pretensiosa (mas divertida, vai!) tentativa de bancar o Cortázar. Em “Jogo de amarelinha: uma experiência sobre generosidade na noite de sábado”, brinco com a ideia do livro mais famoso do escritor argentino para falar sobre a generosidade – como, aliás, está no título. Só fico me perguntando se a brincadeira de seguir os links não atrapalha um pouco a mensagem central, mas paciência. Agora já tirei o pó e o mofo a coluna. A quem interessar possa.
CLIQUE PARA VOLTAR NO TEMPO: Jogo de amarelinha: uma experiência sobre generosidade na noite de sábado
Câmara aprova regulamentação de reforma tributária e rejeita parte das mudanças do Senado
Mesmo pagando emendas, governo deve aprovar só parte do pacote fiscal – e desidratado
Como o governo Lula conta com ajuda de Arthur Lira na reta final do ano
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS