Nossa! Esse negócio de “para quem defende a Verdade” soou mais sério do que parecia na minha cabeça. Talvez seja por causa do “v” maiúsculo. Mas vou mantê-lo ali porque é o certo. A Verdade que tenho em mente é outra, única e absoluta. Não é essa verdade vulgar e relativa que se encontra nos manuais maquiavélicos da política. Nem na Constituição.
Digo isso porque hoje (1), agorinha há pouco, logo depois da vitória de Rodrigo Pacheco para a presidência do Senado, derrotando Rogério Marinho por 49 a 32, vi muita gente baixar a cabeça e curvar as costas. Como se a disputa na Câmara Alta do Legislativo tivesse sido uma derrota pessoal. Pior: uma humilhação. Pior ao quadrado: um sinal de que a vaca foi para o brejo.
Claro que não ajudou em nada o deleite com que os petistas e alexandristas esfregaram a notícia na cara de toda a oposição, de bolsonaristas ferrenhos a antipetistas distraídos. Mas sugiro que você tente ver essa arrogância toda pelo que ela é: um sinal de insegurança. Afinal, como é que esse povo que posa de rebelde consegue justificar para si mesmo o fato de apoiarem a consolidação de um sistema que já se provou tirânico e corrupto?
Além disso, é coisa de materialista ateu isso de se deixar abalar pelas vitórias e derrotas do mundo político. Só alguém muito obcecado com o próprio tempo e com uma visão distorcida de seu lugar no mundo se deixa abater por algo tão passageiro. Tão fugaz. E sobretudo tão frágil. No final das contas, a vitória da chapa Pacheco-Lula-STF é um átimo, não!, uma brisa, não!, uma gotícula, não!, uma fagulha em meio a algo maior, mais complexo e mais admirável.
Sei que nessas horas a sensação de injustiça e de impotência tomam conta da gente. Dá vontade de espernear. Em alguns pode até dar vontade de quebrar uma vidraçazinha. Mas contenha-se! Respire fundo. Tenha paciência. Acredite. Uma hora a justiça há de prevalecer e, no mais, somos mesmo impotentes diante da maioria das situações que a vida nos impõe, sejam elas coletivas ou individuais.
E pense: por mais consolidado que o poder petista/alexandrista pareça no momento, ele não dura para sempre. Ainda mais quando o poder está assentado sobre um alicerce outro que não ela, a já citada, evocada e exaltada Verdade. Que, vale a pena repetir, não tem nada a ver com o versículo do qual se apropriou o ex-presidente. Não à toa, a impermanência das coisas é uma das sabedorias contidas no velho e bom Eclesiastes, ao qual você talvez devesse recorrer agora mesmo. Serve para a esquerda, para a direita, para o centro, para as transversais e até para os que foram abençoados com a Graça da alienação.
É difícil, mas não impossível. Levante a cabeça! Ria da euforia dos conformistas. Apiede-se da escravidão em que vivem os cativos dos dogmas esquerdistas. Ouça Dolores Duran cantando “Por Causa de Você” e não Maysa em “Meu Mundo Caiu”. Continue fazendo o que você considera o certo. Continue defendendo as ideias que falam à sua mente. E também ao coração tão desprezado pelo racionalismo perverso (e falso) da nossa política. Continue dando ouvidos ao seu bom senso – ao seu, pessoal e intransferível, e não o de influencers, analistas políticos e cronistas de província.
Continue tentando apreender a Verdade em todo o seu esplendor. E deixe para Rodrigo Pacheco & Cia. a triste tarefa de bajular Lula e Alexandre de Moraes, de cotidianamente vender sua alma ao Mefistófeles da vez, de se sujeitar dia após dia à soberba dos que o rodeiam e que veem nele apenas um idiota útil.
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