Saíram os resultados do segundo turno das eleições municipais de 2024. Uns ganharam, outros perderam. No Brasil todo, há esquerdistas, direitistas e isentões felizes ou chateados ou dando de ombro e fazendo beicinho feito criança mimada. O que não falta no ar hoje é esperança de uns e desolação de outros. Para você ter uma ideia do éter de que são feitos nossos sonhos e pesadelos políticos.
E vem mais um pleito apaixonante por aí: o dos Estados Unidos. Já tem kamalista e trumpista organizando caravana para a votação. A eleição por lá, dizem, é importante para cá. É que existe uma esperança de que a vitória de Donald Trump faça com que nosso STF ponha o little tail entre as pernas. Se sim ou se não, só o tempo dirá. De qualquer forma, não se esqueça do seu voter’s title.
Tempos hiperbólicos
Mas hoje eu queria falar com você que está feliz ou triste. O que, em tempos hiperbólicos como o nosso, significa necessariamente estar muito feliz, feliz pra dedéu, feliz de soltar foguete mesmo; ou estar triste, deprimido, revoltado, se arrastando pelas sarjetas da política procurando sentido para o voto perdido.
Ou ainda fingir indiferença, afetando um ar de superioridade e chamando de ingênuo qualquer um que acredita nisso que tem dia que até parece uma democracia funcional. Né?
Vitória
A vitória celebraremos quando for o caso de celebrar. Mas só um pouco. E sem se embriagar do poder que neste momento se imagina infinito... mas não é. Porque no dia seguinte à posse do candidato cuja vitória se deve totalmente ao seu apoio, claro, virão as provações. As decepções. Os obstáculos. As crateras no terreno e na nossa alma. E o espelho que insiste em dizer sabiamente: não, você não é o deus que pensa que é.
Derrota
A derrota a sofreremos com esperança de ter sido apenas um, como direi?, lapso democrático. Ou uma falha de comunicação com o eleitorado. Talvez o adiamento de um sonho? Seja lá o que tenha causado a derrota do seu candidato nessas eleições, ela não significa a morte nem nada definitivo assim. Tampouco é sinal de apocalipse. Lembrando que na vitória a gente se regozija e mostra para a mãe as estrelinhas na testa, enquanto na derrota a gente aprende. Isto é, para quem está disposto a aprender.
Mas eu dizia que a derrota se sofre com esperança e se enfrenta com paciência. Dois anos passam rápido. Ainda há muita água para rolar sob essa ponte. De grão em grão a galinha enche o papo. Um dia da caça, outro do caçador. Devagar se vai ao longe. Etc. Lembrando ainda que, como diz meu amigo Horácio citando o poeta homônimo, “a paciência torna mais leve o que a tristeza não cura”.
E agora ‘bora trabalhar que o boleto do IPTU não vai se pagar sozinho.
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS