Quem chegou agora no mundo da música talvez não lembre muito bem da cantora Ke$ha. Mas no início da década ela rivalizava no status de diva com nomes como Lady Gaga e Katy Perry. Hoje, sem o “$” no nome, a diva dos cabelos rosas anda sumida. E não é por acaso. Depois de acusar seu produtor, Dr. Luke, de assédio físico, moral e sexual, ela luta na justiça para se livrar do contato que a prende ao cara. Esta semana a cantora perdeu a primeira parte em uma batalha judicial contra Luke e a gravadora Sony. A derrota levou a um rebuliço entre as artistas mulheres, solidárias à colega.
Dr. Luke é um todo-poderoso do mundo da música. Quando a revista Billboard fez uma matéria de capa com ele, em 2010, Luke assinava 4 das 10 músicas mais tocadas no momento (ele também tinha trabalhado no 11.ª lugar). Entre eles “Teenage Dream”, de Katy Perry, e “Take it Off”, da própria Kesha.
Hoje com 28 anos, Kesha conta que Luke a drogou e estuprou quando ela tinha 18 anos. Não foi o primeiro nem o último assédio que ela teria sofrido. Até porque a coisa era sistemática.
O que a cantora pede é o fim de seu contrato com a Sony, o que a deixaria livre para compor e fazer música sem ter vínculo algum com o antigo produtor. Uma série de entidades feministas dos EUA entraram em cena para argumentar que o caso aqui é exemplar: mais do que o futuro da vida e da carreira musical de Kesha, o que está em jogo seria o direito de uma mulher de não trabalhar com um homem que seria seu abusador.
Quando surgiu a campanha “Free Kesha” (“Libertem Kesha”, em uma tradução livre) surgiu, no ano passado, a ONU Mulheres anunciou que a luta da cantora “joga uma luz em como é difícil para as mulheres buscarem justiça nos casos em que denunciam estupros”.
Kesha perdeu esta semana. Em uma audiência preliminar, o juiz entendeu que o que está previsto em seu contrato com a Sony é o padrão da indústria, e não tem muito o que fazer.
Foi aí que as cantoras mulheres entraram em cena. Entre elas Lady Gaga, que atualmente concorre ao Oscar por sua música no documentário “The Hunting Ground”, que denuncia as condições das vítimas de estupros nas universidades norte-americanas.
Confira as postagens de Gaga, Ariana Grande, Kelly Clarkson, Lily Allen, Lorde e Iggy Azalea:
“Há pessoas em todo o mundo que te amam, Kesha. E eu posso dizer, sinceramente, que admiro a sua bravura” – Lady Gaga
There are people all over the world who love you @KeshaRose. And I can say truly I am in awe of your bravery.
— Lady Gaga (@ladygaga) February 19, 2016
“Meu coração está com Kesha Rose “ – Ariana Grande
My heart is with @KeshaRose. — Ariana Grande (@ArianaGrande) February 19, 2016
Trying 2 not say anything since I can’t say anything nice about a person… so this is me not talking about Dr. Luke https://t.co/lLhtUHbmgG
— Kelly Clarkson (@kelly_clarkson) February 19, 2016
“Meus pensamentos estão com a Kesha hoje. Eu sinto muito que você tenha que passar por esta experiência” – Lily Allen
My thoughts are with @KeshaRose today. I’m sorry you’ve had to endure this experience. — lily (@lilyallen) February 19, 2016
“Estou junto com Kehsa Rose neste episódio traumático e profundamente injusto. Todos por favor mandem boas vibrações para ela” – Lorde
standing with @KeshaRose through this traumatic, deeply unfair time. send good vibes her way everyone
— Lorde (@lorde) February 19, 2016
“Se duas pessoas não querem fazer negócios uma com a outra, me parece muito cruel que uma delas segure a outra em um contrato” – Iggy Azalea
If two people dont want to be in business with one another it seems very cruel for one to hold the other in a contract. — IGGY AZALEA (@IGGYAZALEA) February 19, 2016