O aumento dos preços dos alimentos fez o número de famintos no mundo crescer 40 milhões em 2008. Dados preliminares divulgados pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) mostram que a fome já atinge 963 milhões de pessoas. A entidade advertiu que a crise econômica mundial pode levar ainda mais pessoas a essa condição.
Os preços dos principais cereais caíram mais de 50% desde o pico no início do ano de 2008, mas eles permanecem altos quando comparados a períodos anteriores. O índice de preços de alimentos da FAO marcava aumento de 28% em outubro, ante o mesmo mês em 2006.
“Os problemas estruturais da fome, como a falta de acesso à terra, ao crédito e ao emprego, combinados com o aumento dos preços dos alimentos permanecem como uma dura realidade para milhões de pessoas nos países em desenvolvimento”, disse o diretor-geral assistente da FAO, Hafez Ghanem.
A grande maioria dos famintos – 907 milhões – vive nos países pobres. Desses, 65% moram em apenas sete nações: Índia, China, Congo, Bangladesh, Indonésia, Paquistão e Etiópia. A FAO comenta em seu relatório da fome que alguns países do sudeste asiático como Tailândia e Vietnã fizeram progressos em reduzir o número de pessoas que não têm o que comer, enquanto e região sul e central da Ásia regrediu.
Na África subsaariana, um terço da população – 236 milhões de pessoas – vive com fome crônica. É a maior proporção dentre os continentes. O Congo foi disparado o país africano onde a fome mais se alastrou. A proporção de famintos foi de 26% da população de 2003/05 a 76% neste ano.
América Latina e Caribe tinham conseguido reduzir o número de famintos antes do aumento dos preços dos alimentos, mas depois disso a fome na região voltou a crescer e chegou a 51 milhões de pessoas.