O futuro secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, admitiu, nesta quarta-feira (21), que cometeu erros em sua declaração de Imposto de Renda, acrescentando que não foram propositais. Geithner foi escolhido por Obama em novembro para comandar o Tesouro americano.
“Foram erros de falta de atenção, foram erros evitáveis, mas não foram intencionais”, disse durante audiência da Comitê de Finanças do Senado, que discute a confirmação do nome de Geithner para o cargo. “Assumo a responsabilidade absoluta por eles. Corri atrás e corrigi esses erros. Já paguei o que devia”, afirmou, acrescentando que pretende se desculpar perante a Comitê de Finanças “por fazê-los perder muito tempo com este problema quando há tantos assuntos que pressionam o país”.
Geithner deixou de pagar mais de US$ 30 mil em tributos relacionados à previdência social e assistência de saúde enquanto era funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI). Por pertencer ao sistema da ONU, o FMI não desconta do salário de seus empregados americanos os tributos na fonte. Geithner garantiu ter feito ele mesmo sua declaração do Imposto de Renda.
Na semana passada, o principal senador republicano americano que atua no Comitê de Finanças do Senado, Charles Grassley, de Iowa, disse, que nenhum de seus colegas de partido planejava votar contra a aprovação de Timothy Geithner como secretário do Tesouro por causa de seus problemas com impostos.
Plano econômico de Obama nas próximas semanas
Geithner disse também aos senadores da Comissão de Finanças que o presidente Barack Obama esboçará seu plano para enfrentar a crise financeira nas próximas semanas. Ele não deu detalhes aos senadores, alegando que isso permitiria ganhos antecipados de alguns investidores em Wall Street, mas ressaltou que o plano está voltado ao mercado de crédito e a amenizar o colapso do mercado imobiliário.
“O presidente virá ao Congresso, e esperamos que seja nas próximas semanas, e apresente para o povo americano um plano abrangente que ajude a estabilizar os fundamentos de nosso sistema financeiro, de maneira que os bancos, que são tão importantes para nossa economia, sejam capazes de prover o crédito necessário para que a recuperação avance novamente”, disse.
De acordo com Geithner, que até agora ocupava a presidência do Federal Reserve de Nova York, um apoio adicional é preciso porque a crise ainda está longe de terminar. Ele disse ainda que o dinheiro deverá ser usado com o intuito de restaurar o funcionamento normal do mercado de crédito. O indicado para secretário do Tesouro afirmou apenas que pretende trabalhar mais próximo do Fed e da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), entidade que garante os depósitos bancários dos correntistas nos Estados Unidos.
Apesar de ter participado da elaboração e da alocação da primeira parcela de US$ 350 bilhões do plano de resgate de US$ 700 bilhões do sistema financeiro criado do ano passado, Geithner disse que pretende fazer diversas mudanças neste programa.
“Nós temos que reformar os fundamentos do plano para garantir que exista crédito suficiente disponível para permitir a recuperação (econômica)”, afirmou aos congressistas.
Muitos investidores estão impacientes por conhecer os detalhes sobre como o Governo Obama irá enfrentar a crise que desatou os temores sobre a saúde financeira do sistema bancário.
Ações rápidas contra a crise
Timothy Geithner pediu ao Congresso que aprove ações rápidas e enérgicas contra a crise, diante da perda “catastrófica” de confiança no sistema financeiro.
“Em uma crise desta magnitude, o caminho mais prudente é o caminho mais enérgico”, disse Geithner diante do Comitê de Finanças do Senado, que debate a aprovação de seu nome para o Tesouro.
Geithner afirmou que a recessão nos Estados Unidos e em outros países é grave e, por isso, a resposta do Governo não pode ser paulatina.
“Temos que agir rapidamente para dar apoio à recuperação econômica”, afirmou.
Sobre a ajuda às empresas do setor automotivo, Geithner indicou que devem ser dadas sob condições e que as montadoras devem revisar suas operações para garantir sua viabilidade. No final do ano passado, o governo de George W.Bush liberou empréstimos à Chrysler e à General Motors para impedir a quebra das duas empresas.
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