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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, telefonou para quatro líderes políticos do Oriente Médio e aliados dos EUA nesta quarta-feira, em uma tentativa de demonstrar que, desde o início, sua administração tentará resgatar o estagnado processo de paz no Oriente Médio. Obama conversou com o presidente do Egito, Hosni Mubarak; com o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert; com o rei da Jordânia, Abdullah II; e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

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“Ele usou esta oportunidade, no primeiro dia de governo, para comunicar seu compromisso a um engajamento ativo na busca da paz entre árabes e israelenses desde o começo e para expressar a esperança de que os líderes continuem a cooperar”, disse o secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs.

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Obama herda uma grave crise política no Oriente Médio, representada nos últimos dias do governo Bush pela ofensiva israelense contra o grupo palestino Hamas na Faixa de Gaza, que deixou quase 1.300 palestinos mortos. Treze israelenses também morreram. Israel lançou a devastadora operação para acabar com o disparo de foguetes contra seu território pelos militantes islâmicos. Uma frágil trégua unilateral declarada por Israel está em vigor desde o final de semana passado.

Gibbs disse que Obama enfatizou aos líderes “sua determinação em trabalhar para ajudar a consolidar o cessar-fogo, ao estabelecer um sistema que impeça ao Hamas o contrabando de armas e o rearmamento do grupo”. Segundo ele, Obama também falou em trabalhar com a liderança palestina para criar “um esforço maior de reconstrução para os palestinos em Gaza”.

Segundo assessores da ANP, Obama telefonou antes para Abbas que para os outros líderes. Obama ofereceu “trabalhar com ele (Abbas) como parceiro para estabelecer uma paz durável na região”, disse o porta-voz de Abbas à AFP.

“Ele (Obama) disse que fará todos os esforços possíveis para chegar à paz o mais rápido possível”. O negociador da ANP no processo de paz, Saeb Erekat, disse que os dois presidentes “concordaram em trabalhar junto sem demoras para chegar à paz”. Os assessores de Abbas mostraram-se surpresos com a velocidade com que Obama decidiu abordar o conflito, já no primeiro dia de governo.

“Nós não esperávamos um telefonema tão cedo do presidente Obama, mas sabemos o quanto ele é preocupado com o problema palestino”, disse Yasser Abed Rabbo.

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O final do mandato de Abbas como presidente da ANP é um problema político complexo entre os palestinos – o mandato do líder deverá expirar neste mês de janeiro. A ANP controla apenas parte da Cisjordânia, enquanto o Hamas controla a Faixa de Gaza. Já o Estado de Israel terá eleições gerais em fevereiro e Olmert, demissionário, deixará em breve o cargo.

“Esta mensagem após o massacre feito por Israel em Gaza mostra que o presidente Obama percebe que a única maneira de sair desta tragédia é a garantia dos direitos do povo palestino”, disse Abed Rabbo.

Na Cidade de Gaza, o Hamas, rival da ANP e de Abbas, disse que Obama será julgado pelos seus atos.

“Nós julgaremos ele pelos seus atos e políticas e como ele aprenderá lições dos erros das administrações anteriores dos EUA, especialmente a de George W. Bush, que teve políticas criminosas e injustas”, disse o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum. O Hamas espera que Obama “respeite a vontade do povo palestino, apoie seus direitos usurpados e de legítima defesa, sem pressões a favor de Israel”.

Retirada israelense

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O contrabando de produtos e armas do Egito para a Faixa de Gaza recomeçou apenas alguns dias depois do fim da campanha de Israel contra o Hamas. Imagens da televisão da Associated Press mostram contrabandistas palestinos enchendo um caminhão com combustível que veio de um túnel que liga o território ao Egito. As imagens também mostram pessoas limpando túneis que estavam bloqueados e escavadoras auxiliando nos reparos.

Um dos objetivos expressos da ofensiva israelense era interromper o contrabando por meio de centenas de túneis sob a fronteira. Os bens que passam pelos túneis incluem foguetes de médio alcance e outras armas.

Israel afirmou que a maioria dos túneis foi destruído em vários bombardeios realizados por jatos israelenses. Com apoio internacional, Israel está tentando agora aprovar um acordo de longo prazo para impedir o contrabando. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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