Não são poucas as análises que projetam uma baixa renovação do Congresso nessas eleições. Motivos não faltam: alto número de candidatos tentando a reeleição, tempo curto de campanha (o que favorece os políticos já conhecidos), fundão eleitoral na mão dos velhos caciques, e um desencanto geral dos eleitores, que não tem estímulo para pesquisar sobre as novas opções.
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Essa avaliação faz bastante sentido, e é bem provável que o índice de renovação do parlamento fique abaixo de sua média histórica, que foi de 49% nas últimas 7 eleições.
Imagino que você tenha se assustado com esse número, pois definitivamente não temos a impressão de que metade do Congresso seja renovada a cada 4 anos. O motivo para essa falsa percepção é que entre os “novos” congressistas aparecem ex-deputados que viram senadores, ex-prefeitos que se elegem deputados, e por aí vai. Entram nessa conta também os integrantes de dinastias que ingressam na vida pública e figuras como artistas, ex-jogadores de futebol e outras “celebridades”.
Ou seja, de renovação mesmo, sobra muito pouco. Nesse sentido, as eleições de 2018 podem ser um avanço, e não um retrocesso. Estatisticamente, a renovação deverá mesmo ser menor do que no passado. Mas os novos (de verdade!) políticos tem tudo para ser mais numerosos e, esperamos, de melhor qualidade do que os das últimas eleições.
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Essa expectativa se justifica pelo grande número de movimentos de renovação política e maior engajamento de pessoas que até então ignoravam o processo eleitoral. Partido Novo, Livres, RenovaBR, Brasil 21, RAPs, Acredito!, MBL, Vem Pra Rua e nós do Ranking dos Políticos são apenas alguns exemplos de uma extensa lista de novos protagonistas engajados para as eleições do Legislativo Federal.
A turma nova que será eleita como fruto desses movimentos terá um perfil bastante atuante, e pode constituir uma verdadeira “bancada da renovação”, mesmo que esteja distribuída em diferentes partidos e ideologias. Se isso acontecer, ainda que em 2018 o número de reeleitos seja recorde, pela primeira vez na história teremos a sensação de que realmente houve uma renovação no Congresso.
Para ilustrar esse cenário, podemos usar o exemplo de Minas Gerais. Quando se fala em renovação, seria muito melhor que os mineiros elegessem apenas um parlamentar realmente novo, do que dois como Dilma Rousseff e Aécio Neves, que neste ano seriam considerados “novidades” para a estatística do Senado e da Câmara, respectivamente.
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Em resumo: é muito melhor ter apenas 10% de novos políticos na prática, do que 50% de novos políticos na teoria.
Ranking dos Políticos