Vivemos a era dos ideais de consumo, egoísmo, individualismo, imediatismo e do narcisismo em alta

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Quinze de agosto é o Dia dos Solteiros. Quem está só por opção acha justo ter no calendário um dia dedicado aos avulsos. Se existem datas para os pais, mães, crianças e namorados, por que não para quem está solteiro?

Aquele que acredita que é impossível ser feliz sozinho prefere nem lembrar que a data existe. A preocupação de chegar aos 30 e não ter encontrado um par para se casar já não atormenta tanto as pessoas. Há quem opte por priorizar a vida profissional mais do que ao casamento. Pelo menos num determinado momento.

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Até ser chamado de “tio” ou “tia” nem soa mais como cobrança na sociedade atual. Nossa realidade mostra o grande interesse das pessoas em si mesmas. Sim,vivemos tempos que propiciam atividades solitárias:Internet, tv, academia, ir ao cinema ou a balada. As pessoas gastam um bom tempo com o seu bem-estar preocupados com a qualidade de vida e com a estética. Espelho, espelho meu, existe alguém mais “interessante” do que eu? A auto-suficiência impera. É óbvio que a pessoa pode se vestir bem, ser vaidosa e se preocupar com consigo mesma. Massageia o ego e eleva a auto-estima. Faço referência aos excessos. O desfrute individual exagerado rivaliza com o amor e com a sociabilidade em geral.

A teoria dos solteiros convictos é: antes só do que mal acompanhado. Claro, se não for para ter ao lado uma pessoa bacana, companheira e cúmplice, melhor não apressar o rio, ele corre sozinho…

Henrique, 40 anos, solteiro, arquiteto, relata que enquanto a sua cara-metade insiste em não cruzar o seu caminho, prefere investir em viagens, na carreira, sair com os amigos e visitar os parentes que moram no interior da Bahia. “O importante é deixar as coisas acontecerem naturalmente. Sem pressão”, diz.

Este não é o caso de Fabíola, 37 anos, solteira, promotora de justiça. O seu sonho desde pequena era ser promotora. Sem condições financeiras para estudar em bons colégios só conseguiu passar no vestibular aos 25 anos. Quando terminou o curso de Direito outro drama começou. Não conseguia passar no concurso do Ministério Público para se tornar promotora. Até então a vida amorosa foi literalmente deixada ao acaso. Hoje plenamente realizada na profissão, já seu deu conta de que a vida é feita de escolhas.
O sonho da maternidade começa ficar complicado. Os homens em geral quando desejam ser pai tem escolhido parceiras mais jovens. “De que adianta ter dinheiro para fazer o que quiser, ter liberdade de ir e vir e não ter alguém especial para amar e ser amada… Não consigo ser feliz sozinha”, confessa.

De bem com a vida

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Viver sozinho pode ser uma escolha. O lado bom é a liberdade. É muito bom ter autonomia para poder ir e vir sem ter que dar satisfação. Outra vantagem é poder sair com quem quiser sem ter que prestar contas. Sem contar que ninguém vai brigar porque a toalha molhada está em cima da cama.

Muitos optam por mudar de vida após uma separação, desilusão amorosa ou dedicação excessiva à vida profissional, um curso ou até a dificuldade de conhecer gente interessante e compatível para um novo relacionamento. Enquanto o amor não acontece, há uma cultura que propicia encontros efêmeros.

O aumento do número de pessoas que habita um domicílio unipessoal nos grandes centros urbanos é uma tendência mundial. Isso se deve em parte ao grande número de divórcios, ao aumento da longevidade da população e em caso de viuvez, em geral, o outro cônjuge passa a viver sozinho; e ao crescimento das uniões informais, onde o casal decide optar por morar em casas separadas.

Os solteiros convictos, que não pensam na vida a dois, investem em seu próprio conforto e prazer. São muito exigentes em suas opções de consumo e ávidos por novidades. Adoram lançamentos, são extremamente dedicados aos amigos, viajam em grupos, canalizam a energia para o trabalho e à carreira.

Por onde andam os solteiros?

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– Praticando esportes
– No curso de idiomas
– Na academia: quem curte cuidar do corpo e adora apreciar corpos sarados
– Fazendo novo curso: visando crescimento pessoal e profissional
– Nas Agências de Relacionamentos: em busca de um novo amor
– Freqüentando cursos alternativos: yoga, autoconhecimento e auto-ajuda
– Em bons restaurantes
– Nas programações culturais
– Na balada curtindo com os amigos O Dia dos Solteiros

É possível ser feliz sozinho?