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A tentação do fruto proibido

Ultimamente tenho recebido inúmeros e-mails de leitores que se envolveram com pessoas comprometidas. Este é um assunto delicado e costumo dizer que cada caso é um caso…

“Tenho 20 anos e me relaciono há três anos com um homem casado. Ele tem 47 anos, charmoso, bem sucedido e é muito rico. Ele me trata super bem mas, não quer compromisso. Gosto demais dele. Minha família não sabe. Acho que me mandariam embora de casa se descobrissem. Meu pai foi transferido para um estado do nordeste. Ele deverá se apresentar na empresa até o início de dezembro. Meu “caso” pediu que eu acompanhe meus pais, sem questionar. Não quero ir, mas também não posso ficar, pois só estudo. O que faço?”

Como você tem 20 anos e não tem independência financeira seus pais praticamente irão obrigá-la a mudar com eles.

Lógico que tudo isto não acontecerá sem angústias e sofrimentos, até porque toda mudança implica em cortes de relações, tanto nas amizades como na relação afetiva. Não dá para esquecer, também, da ansiedade pelo fato de enfrentar algo novo.

Com relação ao homem que você diz gostar, perceba que ele já fez a sua escolha. É comprometido. Mesmo sabendo da possibilidade de não poder encontrá-la mais, aconselhou que você acompanhe sua família. Sensato, já tinha deixado claro que não queria compromisso. É doloroso, mas o melhor que tem a fazer é arrumar suas malas e ir com seus pais.

Lá poderá abrir seu coração para novas oportunidades, novas amizades e novos amores que, com certeza, irão surgir. Você é muito jovem para se amarrar em alguém que, além de comprometido nada mais tem para lhe ofertar.

Se apaixonar por alguém comprometido tem futuro?

Em muitos casos a pessoa acaba se apaixonando e nem desconfia que a pessoa é comprometida. Em outras situações o sujeito fala a verdade, mas conta várias histórias sobre o casamento para poder manter a situação como está. Muitos alegam que a esposa está com uma doença incurável, outros juram que o casamento vai muito mal, mas que não tem coragem de sair de casa por causa dos filhos, ou que convive com a mulher na mesma casa, mas jura que não tem mais relações sexuais com ela.

Há quem diga que infelizmente, não somos nós quem escolhe a pessoa amada, mas nosso coração. Será?

Costumo dizer que quem se envolve neste tipo de situação sofre de baixa auto-estima e provavelmente cultive sonhos românticos e irrealizáveis e, como a esperança é a última que morre, um dia o amado irá abandonar o seu par para ficar com você.

Muitas pessoas que já sofreram por amor se envolvem neste tipo de relacionamento porque tem medo de se entregar a uma nova paixão e se machucar. A pessoa acredita que está preservando o seu coração, quando, na verdade, corre o risco de se apaixonar pela pessoa comprometida, sim! Sem contar que, inconscientemente, toda a excitação de viver um romance proibido é decorrente do jogo da disputa onde o poder de sedução é testado a todo instante.

Rosa, 35 anos, sempre adorou conhecer homens bem humorados, gentis, educados e com o dom da oratória. Há pouco tempo se deu conta que vivia se perdendo com qualquer “galinha”, bonito e, quase sempre, casado que lhe falasse meia dúzia de palavras bonitas.

A conscientização só aconteceu quando cansada de só entrar em fria decidiu buscar a ajuda de um terapeuta.

José Augusto, 43 anos, casado, conta que vive um amor platônico. A sua deusa trabalha com ele, no mesmo departamento. Ele relata que ela é o oposto da sua esposa em todos os sentidos. Ela é uma mulher de 40 anos, solteira, batalhadora, que sabe o que quer, independente, meiga, sedutora na medida certa, além de ser super simpática. Trocamos olhares. Às vezes, penso que sou correspondido.

A sua esposa parece que desistiu da vida. Só quer “sombra e água fresca”.

Ela deixou de trabalhar assim que o filho nasceu, faz 20 anos; não quer retomar os estudos; deixou de se cuidar e, além, de não colaborar com nada, deixa de cumprir com as suas obrigações.

“Quando falo em separação ela arma o maior barraco ameaçando pedir uma polpuda pensão. Às vezes chego a pensar que ela só queria um trouxa para se encostar e ter um filho”, diz.

Como sair dessa

O primeiro passo é sair para se divertir com os amigos. Um amor pode acontecer, mas nem sempre ele vem em seguida. Faz-se necessário abrir espaço para conhecer melhor as pessoas e, saber o que elas tem de bom para compartilhar. E na espera de um novo amor abrir um leque de possibilidades, seja, fazendo um curso de dança ou de línguas. Estar aberto para o novo.

Um novo amigo, um novo amor, mas livre como você…

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