Recentemente recebi um e-mail de um leitor que autorizou publicar o seu desabafo:

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“Estou mudando de casa; ou melhor, estou tirando minhas coisas da casa da minha ex. Depois de três anos de namoro, dois morando juntos, chegamos à conclusão de que um não serve para o outro. Claro que isto demorou um certo tempo. Na verdade, a suspeita de que algo estava errado começou no dia em que nos conhecemos. Começou com ela dizendo que achava casamento uma instituição criada para transformar a mulher em criada do homem.

Depois, na hora que pedi a conta e ela tomou o papel do garçom, hummm… fiquei ainda mais “cabreiro”. Não que eu seja daquele tipo antiquado que acha que a mulher é um ser inferior e não pode ter dinheiro, pelo contrário, minha chefe é mulher e, garanto, que de inferior não tem nada.

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Confesso que estranhei aquela atitude. Ela se dispôs a pagar a conta toda. Aí quase caí da cadeira. Ela percebeu que fiquei perplexo e, sugeriu que debitasse a conta integralmente no seu cartão e eu daria a metade do dinheiro para ela. Foi estranho, mas como era o primeiro encontro e havia toda aquela expectativa do que viria depois do jantar, acabei aceitando com um sorriso.

Hoje, enquanto termino de separar minhas roupas, posso dizer, com certeza, que foi um presságio àquela história de não querer casar. Pôxa, eu sempre fui um cara casadoiro, daqueles que planejam ter família e criar seus filhos e cachorros. Para mim, o sonho de suprema felicidade é uma casa onde minha mulher e minhas crianças possam ser felizes.

– Vagabunda! Mulher homem! Ela é do tipo que, como nós, só quer sexo!

Não, quem gritou não fui eu, foi meu amigo Pedro. Ele está me ajudando a fazer a mudança, além de ter conseguido uma caminhonete para levar minhas coisas para o apartamento dele. É, vou morar com ele até conseguir um lugar só para mim.

Essa história de que homem só quer sexo é conversa fiada. Sexo é bom, não nego, mas para mim o que conta é a família. Tudo bem que tem um monte de amigos meus – feito o Pedro – que acreditam que mulher só serve para a diversão do homem, mas não é só isso. Eu realmente quero casar. Se não fosse por isso, porque teria agüentado cinco anos de um relacionamento cheios de altos e baixos? É sim, foi ela quem quis a separação. Por mim, apesar de tudo, ainda tentaria por mais algum tempo.

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É duro ser chutado, mas o pior é saber que tudo o que você cedeu, se esforçou, foi para nada; ou quase. Pelo menos eu aprendi que, se eu quero ser feliz, desde o começo, preciso encontrar uma pessoa que tenha os mesmos sonhos. Casamento, filhos, cachorro…

O Pedro acabou de dizer que o melhor amigo do homem é o cachorro e não a mulher. Porque se a mulher fosse amiga de verdade, ela não ficaria tão ofendida quando o parceiro negasse um programa sem graça.

Estou chateado por terminar este relacionamento. Não vai ser fácil retomar a vida, procurar alguém – isso se eu sobreviver ao Pedro – e aceitar que é possível ser feliz.

Mas, numa coisa o Pedro está certo: quando o homem fica sozinho ele precisa buscar uma nova parceira e brigar por ela, porque quando a mulher fica sozinha chove homem em volta querendo consolar…”.

Nada disso acontece quando num primeiro encontro prestamos atenção às palavras do outro. É nesta hora, sem reservas, sem medos, que o outro se revela tal qual ele é. Quando alguém diz: – Não busco casamento ou não quero compromisso… Não invista e nem insista!

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