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Dizer para o seu companheiro as coisas boas e más que ele precisa ouvir é fundamental na relação

Meu namorado e eu estamos na faixa dos 50 anos e somos divorciados. São dois anos de namoro.
Pergunto se não seria justo que ele colaborasse com as despesas, já que passa os finais de semana aqui comigo e quase não saímos para restaurantes, cinema, shoppings, etc.
Sou partidária do ditado “Quem não tem competência, não se estabelece”. Posso abrir uma exceção temporária, mas não desejaria que isso fosse rotina.
Em resumo, não acho justo bancar um homem em minha casa oito dias por semana (comendo, dormindo, tomando banho e vendo TV a cabo) sem nenhuma retribuição a não ser a sexual.

Ele não é uma pessoa de ficar trazendo mimos fora de ocasiões comemorativas e quando o faz não tem sido muito feliz na escolha. Tudo isso eu relevo, mas o que mais me incomoda é não sairmos – devido ao seu ritmo estressante de trabalho – e eu ter que ir pra cozinha e, ainda comprar os ingredientes.

Meu ex-namorado trazia flores, pequenos presentes fora de época e até pagava o seguro do meu carro e colocava combustível quando saíamos com o mesmo. Pena que fosse um mulherengo.
Tudo bem que a situação financeira do atual não é das melhores ainda. Mas o gás e a luz estão caros!

Agradeço sua opinião e se possível como posso abordar o assunto. Sempre fui uma mulher decidida e agora estou em cima do muro, que horror! ANA B. – LONDRINA/PR.

Para um relacionamento amoroso sobreviver ao tempo, tanto um quanto o outro precisam aprender a dizer, mudar, tolerar e perdoar muita coisa. Ninguém gosta de se sentir usado. Bom senso é fundamental.

Com o passar do tempo, porém, o natural é que se vá aprendendo a cuidar de si próprio e a suprir suas necessidades através de seus próprios recursos ou, quando precisar do outro, que isso seja feito através da troca, do pedir e não do exigir e muito menos do fazer de conta “isto não é comigo”… É quando o amor vai além da bondade e se insere na reciprocidade do querer. No amor verdadeiro, há lugar para o sim e para o não. O amor como encontro de duas vontades, de seres semelhantes, de pessoas livres.

Para a relação fluir é preciso se lembrar de falar o que é bom e o que nem é tão bom com o parceiro como se fosse um exercício do cotidiano. Ninguém tem bola de cristal para saber o quanto ainda agrada ao companheiro. Ser assertivo ajuda a manter o entendimento entre o casal.

Lamentavelmente muitos casais deixam passar desapercebido que diferentes pontos de vistas podem ampliar os horizontes dos parceiros e que posições contrárias podem levar a um consenso inesperado e surpreendente.

Além das diferenças de ponto de vista, visão de mundo e atitude em relação ao que acontece no cotidiano, estão também as diferenças ou mudanças de comportamento. O que no início de um relacionamento é tolerado, com o passar do tempo pode acabar minando a relação.

Com o intuito de agradar, quando se esta feliz com a presença, paparicamos nosso amado com comidinhas e outros mimos. Ele aceita e vai ficando… Afinal, até bobo gosta de ser bem tratado. Só que, muitas vezes, a outra parte não liga o ‘desconfiometro’. Está feliz por receber e esquece que relacionamento é troca. É preciso dar também. Ninguém dá o que não tem. Em alguns momentos, um dá as cartas e outro se adapta, para em seguida o outro assumir as rédeas da situação.

Mas, e quando o outro realmente não tem condições de participar?

Tentar minimizar o que se está sentindo ou acreditar que o companheiro vai alterar o comportamento sem que nada seja dito é um caminho quase sempre suicida para a vida a dois. Diálogo franco e aberto, sempre. Quando o par amoroso não pode arcar com todas as despesas, que se disponha a participar dentro das suas possibilidades. Parto do princípio que não se deve guardar para amanhã o que incomoda hoje. Ninguém nasce com um manual de sobrevivência amorosa. Os dois precisam dar muito de si, se quiserem permanecer juntos. Vale lembrar que a vida é feita de pequenas gentilezas.

Caro leitor: como a Ana pode abordar o assunto?

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