As férias de verão se aproximam e, muitos casais, já buscam nas agências de viagem um pacote especial, muitas vezes, mais romântico ou aquela viagem que vinha sendo planejada há anos.
Antes da chegada de um filho o casal tem tempo para curtir a dois, para viajar, para se divertir com os amigos. Com o novo membro da família em casa, tudo muda. A rotina não é mais a mesma. Os casais mais jovens, geralmente, passam a viver o papel de pai e mãe e deixam de lado o papel homem-mulher. Encantam-se de tal forma pelo filho que a sexualidade passa para um segundo plano. Não raro projetam as suas próprias neuroses de abandono, razão pela qual, quando a necessidade os obriga a deixar o bebê com alguém se sentem culpados.
Nesta nova fase de novidades conciliar trabalho com pediatra, banho, cuidados especiais e outras atividades inerentes ao contexto, faz com que o casal vá deitar exausto.
Ana Maria e Rodrigo curtiram tudo que tinham direito durante dez anos de casado. Quando optaram por ter um filho acreditavam que a base do relacionamento era sólida e que ambos estavam preparados.
Quando a Natalie nasceu o casal não poupou esforços para que a novidade não alterasse o dia-a-dia da estrutura familiar.
Ele participou de todas as fases para não sobrecarregar Ana que, por sua vez, passou a trabalhar meio período para poder conciliar o papel de mãe, profissional e dona de casa. Com a ajuda de uma babá e de uma secretária do lar , logo, o casal voltou a ter vida social, a viajar ora em família, ora sozinhos.
Mas, o que fazer quando o casal não tem toda esta estrutura?
É preciso ter jogo de cintura, abusar um pouco dos avós, do tio, da tia, fazer uso de um berçário ou em último caso usar a criatividade e curtir a dois dentro de casa mesmo. É possível? Claro, que sim!
Com a adolescência o jovem se torna mais independente e o papel dos amigos passam a mudar a rotina dele. A balada, dormir na casa dos amigos, viajar com eles, passar férias na casa dos avós.
É exatamente o que acontece com o jovem Gabriel. Seus pais Jorge e Silvana apesar das preocupações com o filho eles se vêem novamente com espaço para a vida a dois. É hora de aproveitar a saída do filho para sair para jantar e conversar, uma escapada ao motel, ir ao cinema, uma viagem a dois, relembrar e reviver os tempos de namoro…
“Aproveitamos bem a oportunidade. Não ficamos falando de problemas. Hoje aproveitamos muito mais do que quando jovens. Naquela época além de sermos inexperientes a grana não dava pra nada. Hoje, temos uma situação financeira confortável, aproveitamos bem os momentos tanto em família, como a sós”, conta Silvana.
Para que o casal se mantenha e a família permaneça unida é preciso que todos se sintam amados e respeitados. Com o passar do tempo os filhos seguirão seu próprio caminho e farão as suas escolhas pessoais.
O casal que sabe que é impossível manter sentimentos espontâneos diante de tantas pressões e expectativas e, ainda assim consegue superar as dificuldades, certamente, se encontra num terreno bem preparado para vivenciar o amor: amadureceu progressivamente – preservando a sua individualidade e respeitando a do parceiro.
Infelizmente, não é o que temos visto com freqüência. O egoísmo tem transformado muitas relações em eu x você e não em nós, como deveria ser.
Por isso, muitos casais quando ficam sozinhos em casa não sabem o que fazer quando olham um para o outro. Mais parecem dois estranhos se perguntando: e agora, o que faço?
Janete, filha única, aos 26 anos decidiu fazer um curso de especialização na França, onde acabou fixando residência porque conheceu seu marido.
Seus pais, na época, acabaram se separando porque, segundo ela, passaram a se desentender constantemente. Cada um passou a viver a sua vida. No mesmo período os dois se aposentaram. Nenhum dos dois tinha se preparado para tal e nem para viver longe da filha.
Dona Érica deixou o marido sozinho em casa para ir viajar com as amigas enquanto o Sr. Sérgio pescava no Mato Grosso com os amigos.
Janete acompanhava à distância o comportamento dos pais.
Ela e o marido vieram à Londrina dispostos a colocar a casa em ordem.
Conversaram com os dois e sugeriram uma terapia de casal. Ambos aceitaram. Logo descobriram que Dona Érica não suportava ficar em casa por causa da ‘síndrome do ninho vazio’ – é uma tristeza imensa que a mãe sente quando um filho sai de casa. Quando isto acontece ela perde o chão.
Com a ajuda do terapeuta, em pouco tempo, o casal retomou o casamento de 30 anos.
Hoje o casal está mais unido do que nunca e curtem a vida a dois da melhor forma possível. Quando prevalece o amor e o respeito e se vive de forma plena e livre dificilmente aquela paixão gostosa do início vai desaparecer. E ambos podem dizer: Enfim sós!