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Entre a farra e as responsabilidades de um casamento

Lendo o seu último artigo ”Os jovens estão preparados para o casamento?”, senti vontade de contar a minha história.

“Tenho 26 anos, casei aos 18 anos e sou pai de dois meninos adoráveis. Minha esposa completou 15 anos no dia do nosso casamento. Antes de completar dois anos de casados, nasceu nosso primeiro filho. Paramos de estudar porque, muitas vezes, não tínhamos dinheiro para o ônibus e nem para comprar dois pães e um litro de leite.

Com a ajuda e a indicação de um amigo, sou operário numa multinacional na CIC. Quando nossa condição financeira melhorou um pouco, comecei a me sentir insatisfeito com o casamento. Passei a sair com freqüência com os amigos após o expediente. Por causa disso brigamos muito. Quando chego de madrugada e olho para minha família, sinto um aperto no peito. Eu me sinto um crápula. Há pelo menos três anos penso em me separar, mas não consigo.
Quando olho para trás vejo dois jovens apaixonados e imaturos, “brincando de casinha” e com um dois filhinhos no colo. Não estávamos preparados para o casamento.

Terminei o segundo grau e agora sonho com uma faculdade. E, quando saio com os amigos sinto vontade de conhecer outras mulheres. Como ainda não encontrei quem substitua a minha esposa, eu acabo voltando para casa. Ela é uma ótima mãe, boa esposa e muito bonita. Os meus sentimentos são contraditórios. O que faço “?

A separação assusta o homem, principalmente, quando é ele quem mantém a casa. Ele se sente inseguro e confuso quando pensa em viver longe da família. Mas, tem homem que procura partir rapidamente para um outro relacionamento porque se sente incapaz de gerenciar a sua vida, sozinho.

E você está querendo primeiro encontrar uma nova companheira para ter coragem de abandonar o lar. Sinceramente, esse pode não ser o melhor caminho. Você pode estar a um passo de cometer um novo erro. Talvez, até com mais sofrimento e insatisfação. Você é bastante jovem, e desde cedo, está arcando com responsabilidades que os seus amigos não possuem. Eles são solteiros, não têm filhos e estão curtindo a vida. Vale lembrar que a vida é feita de escolhas. E você optou pelo casamento e não pode se deixar iludir por festas, noitadas e mulheres.

A rotina atinge a grande maioria dos casais. As chatices do dia-a-dia, também. E, você não está livre de cometer os mesmos erros num novo relacionamento. Trocam-se os personagens e as histórias se repetem…

Pense bem antes de tomar qualquer atitude. Você diz que os seus sentimentos são contraditórios. Será que não existe mesmo nenhuma chance de recuperar e melhorar o relacionamento? Muitas vezes, é menos custoso, em todos os aspectos, investir no casamento do que numa separação. Existe a ruptura do vínculo, pensão, filhos, os bens materiais. Por que não investir no diálogo, na tentativa de entender a parceira, na forma como lidam com as diferenças e com os conflitos? Não esqueça que o amor é um sentimento que pode aflorar e minguar. É preciso que ambos se empenhem em nutrir esse sentimento.

Na dúvida, a busca da ajuda terapêutica pode ser de grande valia.

Agora, se realmente optar pela separação, procure viver um tempo sozinho. Você nem imagina como isso faz bem. Antes de pensar em conhecer outra pessoa, você deve se encontrar primeiro consigo mesmo. Elaborar a ruptura do vínculo, pensar no bem estar dos filhos, para mais tarde sair do casulo e voar.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

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