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Essa mania de querer modificar o parceiro

Em uma união, muitas vezes, o parceiro não se dá conta de que a pessoa amada almeja algo diferente. Seus desejos não realizados geram frustração. A falta de conhecimento dos anseios do outro e a falta de mobilidade para mudar o próprio comportamento faz com que a tentativa de modificar o outro resulte, quase sempre, em fracasso.

No início do relacionamento, cada um se empenha ao máximo para mostrar o que tem de melhor. A paixão é tão intensa que não há espaço para perceber os defeitos do outro. Geralmente é a partir do terceiro mês de convivência que as diferenças tornam-se evidentes e o desencanto pode ocorrer. Como num passe de mágica, o príncipe e a princesa transformam-se em sapos!

Romper o namoro ou continuar? Depende. Onde está escrito que para uma relação dar certo o casal têm que ser uma cópia do outro e combinar em tudo? Muita gente, de forma consciente prefere dar continuidade e paga para ver no que vai dar. Outros, no entanto, não se dão conta de que a falta de conhecimento dos anseios do outro e a falta de mobilidade para negociar ou mudar o próprio comportamento, sem querer leva a tentativa de transformar o outro. A saída é deixar de enquadrar o parceiro num modelo e parar com a tentativa de querer modificar algumas das suas características que estão incomodando. Muitos desejos do homem e da mulher são silenciosos. Faz-se necessário conhecer os próprios desejos e o do outro para evitar conflitos, ressentimentos e frustrações.

Lamentavelmente muitos casais deixam passar despercebido que diferentes pontos de vistas podem ampliar os horizontes dos parceiros e que posições contrárias podem levar a um consenso inesperado e surpreendente. O relacionamento entre um casal de personalidades opostas pode dar certo se ambos forem maduros e estiverem dispostos a administrar e negociar as diferenças. É preciso ser flexível, trabalhar a tolerância, preservar a privacidade de cada um dos parceiros e, principalmente ceder na mesma proporção.

A aproximação entre duas pessoas se dá pela admiração recíproca. Geralmente, nos encantamos pelas características que o outro possui e que nos faltam.

E quando a admiração transforma-se em inveja? É comum, principalmente, quando um dos parceiros percebe que o outro se diferencia porque tem uma característica especial que é a sua marca pessoal. É o exemplo típico daquela pessoa encantadora que contagia a todos com sua simpatia. Falante, irreverente, bem humorada. O seu carisma é nato. Outro caso é aquele em que a pessoa lentamente vai transformando o parceiro e chega num determinado momento não consegue reconhecer mais a pessoa por quem se apaixonou. São relacionamentos fadados ao fracasso. Quando apenas um cede, vão se acumulando mágoas e frustrações que um dia virão à tona.

Há quem prefira procurar um novo par quando falha a tentativa de modificar o parceiro e já não consegue aceitá-lo como ele é. A falta de diálogo, o distanciamento e a indiferença podem levar ao rompimento.

Às vezes, a grande sacada pode ser trocar de tática. Raquel, 28 anos, executiva, desistiu de mudar o namorado e se adaptou à situação. Como ele não gosta de badalação, os dois ficam em casa assistindo um DVD ou vão ao cinema. Uma vez por mês ela consegue convencê-lo a sair para dançar ou jantar com algum casal de amigos.

Pablo, arquiteto, 31 anos, vivia fazendo brincadeiras de mau gosto para provocar ciúmes. Depois que a namorada Andressa, 32 anos, engenheira, ameaçou romper, ele acabou mudando radicalmente. Por mais que o casal se ame pra valer algumas mudanças são difíceis e quase impossíveis. A pessoa se obriga a mudar para não correr o risco de perder a pessoa amada. Quase sempre as lições são duras e difíceis de serem aprendidas.

Quem espera construir um relacionamento de sucesso deve trabalhar a auto-aceitação, parar com essa mania de querer modificar o parceiro e entender que dificilmente as pessoas mudam.

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