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Evitar críticas à família do parceiro é sábio

As famílias podem exercer forte pressão sobre a formação do novo par amoroso

Desde pequenos formamos em nossa mente imagens idealizadas de homem e mulher, resultado das relações com os nossos pais. Saber disso ajuda a desarmar o mecanismo e aumenta a chance de se conhecer e aceitar possíveis companheiros. Esse alguém idealizado representa algo que nos falta, que nos complementa. Enquanto essa projeção existir veremos o outro como um príncipe ou uma princesa. Mas, isso não dura para sempre. Há quem diga que dura até os parentes xeretas se intrometerem.

São muitas as expectativas que recaem sobre o novo casal, pois os pais podem idealizar seus genros ou noras, e ter dificuldade em aceitar as escolhas feitas pelos filhos.

Na verdade, homens e mulheres gostariam de encontrar um relacionamento pronto. Alguém disse: “O amor é um sentimento que depende de um “eu quero”, seguido de um “eu espero” e a vontade é rebelde. O ser humano é um egoísta que maximiza seu “eu”. Por isso o amor é difícil”. Se amar fosse fácil, não haveria tanta gente amando mal, nem tanta gente mal amada.
Após três meses de namoro Elisa e André decidiram morar juntos. Só aí perceberam que lidar com as diferenças nem sempre é fácil. Você só conhece uma pessoa depois de morar com ela. Descobre-se o pacote que veio junto: famílias, esquisitices, manias, defeitos. Em contrapartida a parte mais leve e interessante da vida a dois: o tesão, a paixão, a empolgação e a vontade de fazer dar certo!

Além de aprender a lidar com as diferenças, administrar os defeitos, dividir as escovas de dente, as chaves de casa, as obrigações, as contas, o cobertor, a cama, a louça, o banheiro, a toalha molhada em cima da cama, enfim, a vida, ainda é preciso saber lidar com os familiares quando insistem em fazer parte da nova vida.

Lenha na fogueira

Elisa precisou esperar a sogra sair de sua casa para demonstrar a sua revolta e indignação. A primeira visita foi um desastre. Começou a meter o nariz onde não foi chamada. Começou a trocar tudo de lugar, opinar demais e colocar defeito em quase tudo. As alfinetadas não demoraram a acontecer. A ex do filho era muito caprichosa. No dia seguinte o marido ligou para a mãe e a colocou no seu devido lugar. Agora as visitas são até constantes, mas sem intromissão.

Já com o professor Nei foi um pouco diferente. Já estavam de casamento marcado, convites na gráfica, apartamento sendo mobiliado quando o sogro começou a dar indiretas deixando transparecer ser contra a união. Veio com uma conversa de que professor ganha pouco e que sua filha gosta de conforto. Para a filha sugeriu que pensasse mais um pouco e, quem sabe, não seria a hora de voltar com o ex, um advogado bem sucedido. Uma vida sem problemas financeiros e, inclusive, um apartamento de luxo e não “essa caixinha de fósforo”. O casal passou a viver a sua vida e manteve as famílias meio à distância. Nei notou que só se sentiu respeitado e aceito por parte da família da esposa quando Valentina nasceu.

Família perfeita não existe

A família é um porto seguro para o novo casal e não deve ser esquecida. É ali que ambos receberam amor, carinho, compreensão e os valores éticos e morais que agora levam para o novo lar. Mas, manter uma distância segura e saudável é importante porque proximidade demais pode interferir nas novas regras que serão estabelecidas. Por mais que culturalmente estejamos acostumados a casar com os parentes do parceiro, é bom já no inicio da relação estabelecer limites de forma suave, mas firme.

As festas de aniversários, o almoço de domingo na casa da sogra, as fofocas, tudo faz parte das relações familiares e são importantes para a manutenção dos vínculos. Diferenças a parte, simpatia, um belo sorriso ajudam a tornar o ambiente agradável. Já as visitas esporádicas são perfeitas para os parentes chatos! O casal deve conversar sobre as visitas e comemorações para viver em harmonia e não em clima de guerra. Se você não gosta que a sogra fica falando alto e atrapalhando o seu jogo na TV, primeiro converse com a sua esposa. O ideal é manter boas relações, desde que cada um conheça o seu lugar.

E a família vem de brinde?

A médica Dolores assegura ser uma pessoa de sorte. Diz que a família do marido veio de brinde. “Muitas vezes é essencial ouvir o que o outro tem a dizer. Os mais velhos têm a experiência da vida e nem sempre estão errados. Não somos os donos da verdade. O que não deve acontecer é se colocar na posição de vitima e jogar o par amoroso contra a família. As pessoas vêm com histórias de vida, costumes e valores diferentes. O casal precisa estar muito unido e se proteger das interferências externas. È preciso cuidar com o julgamento e saber compreender as diferenças. Diplomacia e tolerância, sempre”, enfatiza.

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