Beleza não é fundamental para se tornar o homem dos sonhos das mulheres, segundo uma pesquisa que diz que boas maneiras são o que mais importa.
De acordo com o levantamento realizado pela empresa britânica de etiqueta Debrett’s com 1000 homens e mulheres, 63% das entrevistadas disseram que boas maneiras é a qualidade mais importante do homem ideal, enquanto 29% optaram por inteligência e apenas 2% privilegiaram a aparência.
O levantamento também revela que 87% das mulheres rejeitam a idéia de que ter boas maneiras é uma atitude antiquada, mas 80% acreditam que os homens precisam de ajuda para se tornarem mais finos.
Na opinião delas, o sexo oposto está perdendo cada vez mais as boas maneiras, com 52% dizendo que a falta de educação ocorria em um ambiente social e quase um quarto (23%) identificando comportamento inadequado no trabalho.
Já os homens que participaram da pesquisa disseram ter consciência do gosto feminino pela etiqueta masculina, mas justificaram seus atos com a confusão causada pela cortesania moderna.
Estou aproveitando a pesquisa divulgada pela BBC para abordar um assunto recorrente no meu dia a dia: como adequar as boas maneiras ao mundo moderno.
O ser humano tem por hábito avaliar o outro por si mesmo esquecendo que somos seres únicos. Ele toma a si mesmo como referência de virtude e perfeição e, baseado, muitas vezes, em falsas crenças comete terríveis erros de avaliação.
Costumo dizer que muita gente exige do outro aquilo que nem sempre tem a oferecer. Nosso código de valores é formado pelo que sentimos e vivenciamos desde o nascimento. A história de cada um – alegrias e tristezas – expectativas e experiências ajudam a determinar as vivências pessoais e a vontade de encontrar alguém com características semelhantes, que pense de forma muito parecida. Mas, as transformações do mundo moderno têm, também, modificado a forma de se relacionar. Relações menos românticas e mais igualitárias.
O comportamento dele
A etiqueta moderna funciona como um código de ética universal. Saber se apresentar e se comportar bem é uma arte. Nada de regras rígidas e ultrapassadas. Devem prevalecer alguns princípios básicos: elegância, bom senso, naturalidade, ética, e a afetividade. Mas, quem nunca cometeu alguma gafe ou se deparou com alguma dúvida na hora de participar de um evento social, no dia a dia do casamento ou num primeiro encontro?
Marisa e Carlos estão casados há oito anos. Segundo ela, enquanto namorados, ele era um expert na arte da sedução e da conquista. Abria a porta do carro, puxava a cadeira no restaurante, O seu modo de agir, a forma de olhar, o senso de humor, enfim sua forma de se comportar e o seu poder de atração foram infalíveis. A partir do terceiro ano o marido começou a esquecer datas importantes, deixou de puxar a cadeira, largar a toalha molhada no chão, exagerar na bebida, falar alto e o pior olhar para todas as mulheres que passam.
Em contrapartida continua sendo um homem generoso, honesto, trabalhador, presente, mas com o fogo da paixão adormecido. A iniciativa para manter acesa a chama do casamento sempre tem partido dela. Um jantar à luz de velas, uma nova lingerie, uma fugida ao motel. Marisa não pensa em separação, mas, se ressente quando se lembra das mudanças de Carlos. “Toda mulher gosta de ser paparicada, tratada com carinho e não aos berros. A rotina e o excesso de intimidade destroem a paixão entre o casal”, enfatiza.
Todos nós sabemos exatamente o que queremos e o que não queremos na nossa vida afetiva. Vida é movimento. Muitas mudanças ocorrem alheias à nossa vontade e outras não. É preciso ter cuidado na avaliação. Já vi muitas mulheres desclassificarem homens por comportamentos que as outras teriam julgado perfeitamente normal. Como perfeição não existe é preciso tomar cuidado com a rigidez e certificar-se de que os padrões estão dentro da normalidade social. Vale lembrar que as pessoas fazem conosco aquilo que permitimos.
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